Visões de um futuro inevitável


Fonte: freeskies
Tradução: Mario S. Mieli




A integração da natural constituição humana com elementos tecnológicos é um dos objetivos do governo oculto. Enquanto os cidadãos ocidentais enfrentam as pesadas crises financeiras e as reduções progressivas de seus direitos civis, as grandes agências de pesquisa e desenvolvimento se concentram em acurados estudos sobre a possibilidade futura que ocorra uma fusão entre o natural e o artificial para aumentar as capacidades humanas e para debelar os defeitos inerentes à nossa natureza primitiva. Pelo menos esses são os objetivos oficiais de tal pesquisa. Não são mencionados, efetivamente, nos volumosos documentos produzidos por eles (1), a possibilidade não remota de se utilizar tal impressionante interação como um formidável meio de controle e rastreamento do gênero humano (uma espécie de possessão sílica?) ou como um instrumento progressivo de demolição e substituição de toda a biosfera. Só falta entendermos quem são seus reais promotores e qual seu objetivo final.


A mídia está obviamente envolvida nesta pesquisa e participa difundindo modelos futuristas de uma integração já ocorrida, com fins de propaganda. Filmes como Terminator, ou a série Borg de Star Trek e milhares de sutis formas de sedução são veículos úteis de doutrinação visando à aceitação por parte de seus públicos, de um futuro inevitável, de uma ideia de progresso que acontecerá de todo modo. Essas antecipações visuais servem para ‘testar’ a aceitação do público e habituá-lo a aceitar tal cenário futuro como um inevitável fruto de um progresso linear irrestringível.


Não surpreende, portanto, ler o artigo (2) de Jurriaan Maessen sobre o controle da série Star Trek exercido por parte da Rand Corporation (3), uma influente agência de pesquisa de previsões dos Estados Unidos.

A Rand Corporation é a autora da interessante publicação web com o título eloquente: ‘The Global Technology Revolution: Bio/Nano/Materials Trends and their Synergies with Information Technology by 2015’, (‘A Revolução da Tecnologia Global: Bio / Nano / Tendências de Materiais e suas Sinergias com a Tecnologia da Informação até 2015’) (1) de onde foi extraído este trecho:

Eugenics and cloning. By 2015 we may have the capability to use genetic engineering techniques to “improve” the human species and clone humans. These will be very controversial developments—among the most controversial in the entire history of mankind. It is unclear whether wide-scale efforts will be initiated by 2015, and cloning of humans may not be technically feasible by 2015. However, we will probably see at least some narrow attempts such as gene therapy for genetic diseases and cloning by rogue experimenters. The controversy will be in full swing by 2015 (if not sooner).’

‘Eugenia e clonagem. Até 2015, é possível que teremos a capacidade de usar técnicas de engenharia genética para “melhorar” a espécie humana e os clones humanos. Esses serão os desenvolvimentos mais controvertidos da história da humanidade e poderão não ser tecnicamente factíveis até 2015. Contudo, provavelmente, veremos pelo menos algumas estreitas tentativas como terapia genética para doenças genéticas e clonagem por experimentadores canalhas. Essa controvérsia estará no seu auge até 2015 (se não antes).’

E ainda:

GENOMICS: By 2015, biotechnology will likely continue to improve and apply its ability to profile, copy, and manipulate the genetic basis of both plants and animal organisms, opening wide opportunities and implications for understanding existing organisms and engineering organisms with new properties.’

‘GENÔMICA: até 2015, é provável que a biotecnologia continuará a melhorar e aplicar suas capacidades de traçar o perfil, copiar e manipular a base genética seja de plantas que de organismos animais, abrindo amplas oportunidades e implicações para a compreensão de organismos existentes e organismos fruto da engenharia, com novas propriedades.’


Devemos nos resignar, portanto: parece que um futuro bio/nano/tecnológico esteja batendo às nossas portas e que ninguém poderá detê-lo!

A série de televisão Star Trek, transmitida em todo o planeta continuamente trata, portanto, de temas ligados a cenários possíveis em um futuro próximo e não só de eventos fruto de fantasiosos roteiristas. Essa afirmação foi feita pelo primeiro Capitão Kirck (então se chamava Capitão Pike) o ator Jeffrey Hunter substituído depois pelo mais famoso William Shatner.



O uso da mídia (televisão, imprensa, cinema, rádio, música e cultura pop), por parte das agências dos governos ocultos, se revela sempre mais como um canal importantíssimo de propaganda e doutrinação sofisticado e eficaz. Não é possível evitar-se a potência das imagens transmitidas, nem dispondo de sólidos filtros culturais e intuitivos. As imagens possuem uma sua força própria ligada à propriedade associativa da mesma imagem, que rendem o ser humano vulnerável a um uso distorcido desse poderoso meio de comunicação unidirecional. É um púlpito eletrônico esse que paira sobre nós, incluídas as chamadas ‘redes sociais’ que de social têm verdadeiramente muito pouco, porque forçam os seus ‘adeptos’ a interagirem utilizando procedimentos ditados a partir de cima, em formatos predispostos porque, imagino, mais fáceis de controlar.


A decodificação das mensagens inseridas na massa impressionante de produção visual anual é uma operação complexa mas que reserva surpresas interessantes. Não se trata, portanto, de um ocioso hobby mas de uma chave de leitura ulterior do nosso presente, útil para que possamos compreender a incrível construção sintética na qual vivemos. Em direção a essa construção, não ficamos só viciados em participar, mas até mesmo a desejar a vinda, como os milhões de humanos pré-robóticos espalhados pelo mundo estão a testemunhar. Tensões selvagens para com essa tecnologia inútil, a adesão a modas ‘silicônicas’, a adequação aos ritmos sincopados de uma máquina ou de um circuito eletrônico, são alguns aspectos dessa bem sucedida operação de propaganda.



(1) http://www.rand.org/content/dam/rand/pubs/monograph_reports/2005/MR1307.pdf
(2) http://theintelhub.com/2013/01/22/captain-kirks-predecessor-star-trek-was-rand-corporation-predictive-programming/
(3) http://www.rand.org

Sugerimos também, direta ou indiretamente ligados ao tema, os seguintes links:

>> Neo-humanidade: Transhumanismo fundindo homem e máquina, por Susanne Posel
http://imediata.org/?p=2360

>> Dos rastros químicos à pseudo-vida de uma humanidade sintética. A agenda oculta da biologia sintética, palestra de Sofia Smallstorm
http://imediata.org/?p=2888

>> “What in the World Are They Spraying?” (Que diacho! Com o quê nos estão pulverizando?) – filme integral
http://imediata.org/?p=2909

>> A ditadura da tecnologia – uma hegemonia que deforma os afetos, “mata” o “próximo” e nos faz muito mal, por Luigi Zoja
http://imediata.org/?p=3069

>> Construir uma nova sociedade da abundância para evitar o destino funesto de uma obsolescência planejada da humanidade, por Serge Latouche
http://imediata.org/?p=2652

>> Ratos, câncer e políticas transgênicas – Liberar os transgênicos é um ato de extrema irresponsabilidade e um crime histórico, por Sílvia Ribeiro
http://imediata.org/?p=2689

>> Sala de Espera 40 – Não desista, r-exista!!! Máquina X Humanidade, por Mear One
http://imediata.org/?p=3173

>> Cinco minutos para grafiteiros do Mear One explicarem pintando em mural “A Nova Ordem Mundial: a inimiga da humanidade”, Londres 2012
http://imediata.org/?p=2706

>> Sala de Espera 41 – IllumiRoom da Microsoft – a tela Macrohard que ocupa a sua casa e torna sua vida um jogo… um holograma dentro de outro… a violência vem de brinde
http://imediata.org/?p=3227

>> A importância da banalização para cimentar o controle social, por Colin Todhunter
http://imediata.org/?p=2756

>> Maquiavelagens 11 – Banquete Canibal-Antropofágico versão 2o12, por Artur d’Amaru
http://imediata.org/?p=2791

>> MANIFESTO EM DEFESA DA CIVILIZAÇÃO (abaixo-assinado)
http://imediata.org/?p=2870

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