O advogado italiano Alfonso Marra explica a fraude da senhoriagem bancária, e como todo o sistema dos Bancos Centrais privados, que criam o dinheiro como dívida a ser cobrada do estado (ou seja, dos cidadãos contribuintes) é uma grande fraude. A entrevista foi conduzida por Salvatore Tamburro e por membro do grupo “Lo Sai” de Nápoles.
Tradução da transcrição: Mario S. Mieli
Preparamos uma série de perguntas sobre a maior das fraudes a da senhoriagem bancaria – a raiz do mal, e o senhor é um dos maiores especialistas no assunto em âmbito nacional e não só. Gostaríamos que o senhor nos fizesse um resumo do tema: a senhoriagem primária, secundária, a possível alternativa a esse respeito.
A coisa é muito simples. Os bancos centrais são organizações criminosas, voltadas ao crime da senhoriagem primária, o que consiste no fato de que trata-se de bancos privados. É esse o crime.
Porque são privados que estampam o dinheiro, esses pedacinhos de papel, como proprietários, ao custo do papel e da tinta e depois o vendem aos estados, fazendo-se pagar com especiais promissórias, que são as obrigações do tesouro nacional. Assim nasce a dívida pública.
{…} Não há ninguém, hoje, chefes de estado, que não sejam funcionais a esse jogo, porque senão não teriam emergido.
Todos cúmplices
Não cúmplices. São corruptos, corrompidos. Porque aceitaram [o jogo].
O Obama que nasce do nada, da internet. Não é nada verdade. É o sistema bancário que o bombou, porque teria que ser o bobinho, a cara nova, aquele certo, de cor, com a cara de bom, mas que em essência tem as mesmas ideias políticas daquele outro, que era um depravado, do Bush, enfim, estamos falando desse tipo de gente. A parte as expressões de bondade, um mais bondoso que o outro, e as mulheres… essas mulheres, essas first- lady… mas first-lady do quê?
Na realidade, ao contrário, a política… Estragou a América endividando-a junto aos bancos centrais.
E como se resolve o problema da senhoriagem bancária primária?
Muito simples.
Nacionalizando-se os bancos centrais. Que é o motivo pelo qual eu não sou favorável a coisas como moedas locais, etc… pois representam uma alternativa pequena. É como admitir que somos fracos, somos pobretões, e que procuramos soluções ao passo que temos que enfrentar o poder verdadeiro, que ninguém mais teme.
São os bancos centrais, que devem ser forçados à nacionalização.
Então para o senhor as moedas complementares não servem, pois estão associadas às moedas-dívida, como o euro, o dólar,
As moedas complementares são uma solução menor que significa termos sido derrotados pelo fato de não ter conseguido mudar de fato o sistema. Depois, tenho centenas ou milhares de processos pendentes nos quais abordo esse tema e estou certo de que venceremos esses processos, então por que perder tempo com as moedas alternativas? É como jogar pedrinhas na cara do monstro, enquanto eu gostaria de lhe dar um tiro no meio da fuça.
A solução é a nacionalização dos bancos centrais.
Não devemos desencadear uma guerra. É preciso que o Judiciário legal os confisque. Porque se trata de criminosos. Fazem coisas que são simplesmente crimes, ofensas. Vejam com quanta liberdade estou dizendo isso. Eu digo, escrevo nos processos. Não é que podem chegar a mim e dizer que vão me processar, pois eu levantaria o princípio da exceptio veritatis. Se você chama um ladrão de ladrão, o ladrão não pode fazer nada. Eu os chamo criminosos porque eles são criminosos. De senhoriagem bancaria primária e secundária.
Senhoriagem secundária consiste no fato de que quando você deposita cem mil euros num banco, eles emprestam 98 mil e ficam com 2. Daí, o outro banco que no qual os 98 mil são depositados, também fica com 2mil e empresta, por sua vez, 96 mil, e assim por diante. De modo que quando você deposita 100 mil euros, eles centuplicam o empréstimo. E isso tudo bem… serve só para monetizar a sociedade. O problema é o motivo pelo qual fazem isso. Porque quando você empresta, você também tem que devolver de quem lhe emprestou. E não há lucro nisso. O problema é que fazem isso para obter juros, esses também centuplicados sobre esses empréstimos do dinheiro dos outros. É esse o motivo: a criação de dinheiro em favor deles mesmos. Que é a causa da desvalorização, pois se fosse o estado – e esse é o fenômeno da interação, que eu mesmo defini e que é indispensável para entender a senhoriagem, pois mesmo o Prof. Auriti, ao qual devemos reconhecer o mérito de ter sido o pai fundador dessa temática, mas que não conseguiu resolver esse problema, que não é nunca claro.
O mecanismo é muito simples: organizações criminosas que trabalham como falsárias. Quem é o falsário? Qualquer um que não seja o estado.
O único habilitado a produzir dinheiro é a coletividade.
O estado como instrumento de representação popular.
Porque o problema não é só quem produz o dinheiro, mas como o dinheiro é introduzido e posto em circulação. Quando é o estado a produzir o dinheiro, há uma presunção jurídica de base, ou seja, que o estado nunca vai lhe dar de presente o dinheiro. O estado lhe dá esse dinheiro porque você lhe dá alguma coisa que pode ser um bem, uma prestação, ou o correspondente a um direito. Então o que acontece?
Quando é o estado que introduz o dinheiro na sociedade, é verdade que aumenta a massa circulante do dinheiro, mas também aumenta a riqueza real, pois lhe obriga a dar alguma coisa em troca. Então você cobre, com aquele edifício, com suas horas de trabalho, o dinheiro que o estado lhe dá. Assim, há um incremento paralelo da riqueza real e da [massa] circulante.
[…]
A produção do dinheiro deve tornar-se estatal. E todo mundo acredita que é isso que acontece. Quem imagina a fraude que é [na realidade]? Eu que processo bancos desde 1980, em 1980 fiz um processo contra um decreto injuntivo do Banca d’America e d’Italia onde disse: Se fulano dá a cicrano 1 milhão no dia primeiro de janeiro, e cicrano deposita este milhão na sua conta, no mesmo dia, primeiro de janeiro. O saque na conta de fulano se dá no dia primeiro e o crédito na conda de cicrano ocorre no dia cinco. Quem fica com os juros do dinheiro do dia primeiro ao dia cinco? O banco.
Esse é um dos aspectos da senhoriagem secundária.
Como fazer par abolir a senhoriagem secundária?
É muito fácil. Facílimo. Basta igualar as taxas de juros ativas com as passivas. E assim acabam os lucros dos bancos em termos de taxas. Os bancos poderão só cobrar a comissão. Por isso também que digo não devermos nos concentrar sobre as moedas alternativas, porque a solução é muito fácil. Basta uma lei que promulgue que as taxas de juros ativas e passivas precisem ser iguais. E uma outra, que nem lei seria, pois há já lei que proíbe que um privado produza dinheiro.
Por isso chamo esses privados de criminosos. Digo como advogado, tecnicamente.
Os bancos centrais são organizações criminosas porque já há leis que proíbem a atividade de falsário. Então só é preciso um confisco penal pela autoridade judiciaria, que é cúmplice deles.
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