Não há História no singular. Há pluralidade de Histórias. por Mario S. Mieli

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Não há História no singular. Há pluralidade de Histórias.

por Mario S. Mieli

Aumenta exponencialmente o fosso entre (a grande maioria) que entreouve e passa a alardear o que a mérdica mídia mainstream mundial corporativa, degenerada e degenerativa propagandeia
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Aqueles (a minoria que procura se formar e informar, ousada e questionadora) que sabem que nem as vírgulas e os pontos-e-virgulas veiculados por esses “meios” refletem mais que distorções, mentiras e fraudes, sustentando uma visão do iMundo que está se desintegrando sob os olhos de todos aqueles que ainda não se renderam à lavagem cerebral integral.

Esse fosso faz com que essas duas diferentes facções existam em mundos paralelos completamente disparates. É verdade que, cada vez mais, um número maior de pessoas se arrisca a acompanhar a mídia alternativa, crítica e questionadora, passando de um universo paralelo a outro. Da total desinformação (ou má formação) à busca de um mínimo de probabilidade de causa e efeito razoável.

Essa busca, como dizia minha cara professora de História Myrtis Filette Lacreta no ginásio (e à qual sou grato por nos ter sensibilizado, desde cedo, a buscar os elos e as relações entre fenômenos e eventos aparentemente desconexos, a pensar em termos de causas e efeitos, e a averiguar a quem interessava provocar quais causas para obter determinados efeitos, ou seja, a quem teriam beneficiados os eventos… e sua subsequente transformação em “História” oficial)… dizia ela que História consiste em “reconhecer os padrões recorrentes e em estabelecer as relações entre as situações, os fatos e os personagens, ou melhor, seus interesses” para entender o que é verdadeiramente a História. História não é acúmulo de datas e eventos nem a suposta linearidade dos mesmos, que se tornam os pontos e linhas que precisam ser decorados. São os gigantescos buracos negros pulsando nas entrelinhas que precisam ser intuídos, descobertos e, talvez, compreendidos para se ter uma abordagem racional e razoável da evolução dos fenômenos.

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História é desconstruir a História contada, intencionalmente ou não, para perguntar por que essas datas e esses eventos foram cuidadosamente escolhidos pelo PODER, para decretar e difundir sua própria versão definitiva dos fatos “soltos” e propositalmente isolados e compartimentalizados a que chamamos de História. Que acaba se tornando a grande MENTIRA, a grande FRAUDE, perpetrada século após século… (prova de que o PODER nunca mudou de mãos). A História que se “decora” e “condecora” é aquela definida e imposta pelas FORÇAS DOMINANTES. As Histórias verdadeiras se buscam destronando a História FARSA, um exercício de compreensão de como as FONTES DOMINANTES camuflam, mascaram, distorcem e enganam através daquilo que seria o primeiro degrau da lavagem cerebral, que é o que se chama comumente de “EDUCAÇÃO”… para nos condicionarem a “engolir” e perpetuar essa versão falsamente linear e, portanto, enganosa de partida. As causas e os efeitos são sempre múltiplos. As linhas de tempo –na realidade, espirais cíclicas ascendentes ou descendentes –, também…

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Assim, para nos atermos a um exemplo meramente visual e estético, as carcaças de estátuas, esculturas e monumentos da Antiguidade greco-romana que vemos hoje e que serviram de modelo para todos os edifícios “públicos” espalhados pelo mundo “civilizado ocidental” não são de forma alguma aquilo que os cidadãos de Grécia e Roma Antigas viam naqueles tempos (o mesmo com as pirâmides e todo o resto)… Aliás, um grego ou romano da Antiguidade que pudesse testemunhar a clonagem quase infinita desses arcabouços e esqueletos que na Antiguidade eram coloridíssimos e amplamente ornamentados nem sequer reconheceriam esses simulacros como “herança cultural” do mundo clássico, e até se espantariam com a palidez esquálida e a ampliação desproporcional de escala nas cópias que, como fungos intrusos brotaram pelo mundo, trapaceando a tentativa de reconstrução histórica que se faz da estética daquele mundo.

Da mesa forma, a linguagem-ludíbrio perpetuou chamarmos de “índios” os nativos que os exploradores (no duplo sentido do termo) e os colonizadores encontraram no “novo mundo”, perpetrando o logro original de que eles se encontrassem em plena Índia…

Rachel Beckman

A trama da História calcificada deve ser desconstruída para desmontarmos o amasso de FRAUDES impostas e sobrepostas e para percebermos e demonstrarmos que, em primeiro lugar, não existe uma História singular. Existem pluralidades e pluralidades de Histórias redescobertas e recontextualizadas a cada momento!!!

Que sentido faz acusar qualquer indivíduo que tenta estabelecer hipóteses para as eventuais relações entre causas e efeitos de produtor de “teorias de conspiração”, quando quem inventou essa expressão abominável é justamente quem articula e PRATICA TODAS as PIORES conspirações do ontem hoje e sempre?

A História não pode existir como monopólio de um poder que açambarca de modo estanque a pseudoverdade, rejeitando e vedando as infinitas interpretações controversas, mas mais coerentes que a História-mal-contada. Existem, como nas ciências da física, química, biologia, etc. (antes de, em grande parte, sucumbirem ao MERCADO DAS FALCATRUAS para se tornarem uma privada, secreta e militarizada PSEUDOCIÊNCIA MIDIÁTICO-CORPORATIVA) diferentes probabilidades-tentativas de compreensão e explicação das situações, das conjunções, dos contextos e das relações de causa-efeito entre fenômenos aparentemente desconexos e sem qualquer relação entre si.

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Como na Antiga Grécia, o mesmo ator que vestia a mascara da Tragédia também vestia a da Comédia. Esse lembrete pode ser muito útil para combater o determinismo transhumanista que vê na Inteligência Artificial a única possibilidade de saída e superação daquilo que, com singular interesse e ponto-de-vista, chamam de “obsolescência do ser humano”. Esta não é que o fruto de uma determinada e específica conveniência histórica. CONTEM OUTRA !!!

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