Imigração ou Deportação de Massas para substituir o povo europeu? Por Diego Fusaro
Tradução: Mario S. Mieli
O que é a imigração de massas à qual estamos assistindo nesta fase histórica?
Três coisas, fundamentalmente:
Em primeiro lugar, beneficia o poder e os senhores da globalização capitalística, porque garante um abaixamento dos custos da mão-de-obra. Se o imigrante faz por 5 euros a hora o que o italiano faz por 10, é evidente que constringirá o italiano a fazer também por 5 o que antes fazia por 10. Marx diria “o exército industrial de reserva nas mãos do capitalismo, na luta de classes”.
Em segundo lugar, a imigração faz com que o conflito permaneça na horizontalidade do conflito entre servos, entre desempregados italianos e desempregados imigrantes, e que nunca suba para o alto, ou seja, em direção aos “senhores” mesmos da globalização e das finanças.
Em terceiro lugar, a imigração como deportação de massas de hoje em dia serve para impor um novo perfil antropologico. Aquele do “homo migrans”, do DES-empregado. Imigrantes, exatamente como nossos jovens, são precários, não têm um lugar fixo. São forçados a serem deslocalizados e deslocados, conforme os fluxos do capital e seus movimentos desenraizadores.
É nesse sentido que podemos dizer que a imigração de massas é hoje uma deportação de massas. E permitam-me dizer que o inimigo não é o migrante. Pelo contrário, ele é um amigo com o qual devemos procurar estreitar relações de solidariedade conflituais contra o poder. O inimigo não é quem escapa, mas quem obriga a fugir. O inimigo não é quem está desesperado, mas quem lança ao desespero as pessoas.