Manifesto do/a anti-empresário/a
Quero ser curador de mim mesmo, um anti-(em)presário, uma pessoa.
Por: Danielle Leduc
Fonte: adbusters de 8/3/2013
Tradução: Mario S. Mieli
Não quero ser designer, comerciante ou marketólogo, ilustrador, criador de marcas, consultor de mídia social, guru de multiplataformas, mago das interfaces, redator publicitário, assistente tecnológico, aplicador, rei da estética, ilustre usuário, maximizador de lucros, analista de resultados finais, gerador de memes, rastreador de hits, repostador, blogger patrocinado, comentador estrelado, varejista online, relê viral, manejador, fonte ou página. Não quero ser linkado, sintonizado, ‘gostado’, incorporado, listado ou programado. Não quero ser uma marca, um representante, um embaixador, um best-seller ou um topo da lista. Não quero ser um recurso humano ou parte de seu capital humano.
Não quero ser um empresário de mim mesmo.
Não dê ouvidos aos fundadores, empregadores, jornais, especialistas, editores, previsores, pesquisadores, criadores de marcas, consultores de carreira, primeiros ministros, mercado de trabalho, Michel Foucault ou ao seu arrogante irmão no campo das finanças – há algo a mais!
Quero ser um amante, um professor, um caminhante, um juntador de palavras, um escultor do imaterial, um fazedor de instrumentos, um filósofo socrático e uma musa errática. Quero ser um centro comunitário, uma obra de arte, um roteiro cursivo instável, e uma árvore velha! Quero ser um desregulador, um criador, um visionário apocalíptico, um mestre da reconfiguração, um pai hipócrita, um download ilegal e um escolha-sua-própria-aventura! Quero ser um renegado agitador! Um lambedor de sorvete! Um organizador de traquinices! Uma carga liberada! Um salto duplo do trampolim! Um jovem desobediente! Um voluntário! Um parceiro.
Quero ser um curador de mim mesmo, um anti-empresário, uma pessoa. Ilimitadas disponibilidades. Não se exige nenhum seguidor. Só amigos.