Há algo de podre no reino da Eurolândia:
“Quem são os porcos que precisam ser salvos?”
Por Claudio Messora
Fonte: byoblu
Transcrição traduzida: Mario S. Mieli
Quem são os porcos que precisam ser salvos?
CHI SONO I MAIALI DA SALVARE?
Na Europa dizem que somos Piigs, porcos, e nos lembram que precisamos ser salvos. Mas justamente para a Europa demos muito mais dinheiro do que recebemos. Entre 2000 e 2011 contribuímos para as caixas de Bruxelas 145 bilhões de euros, e recebemos somente 120. Deixamos mais de 25 bilhões de euros: 50 bilhões de liras. Nada mal, para quem é considerado “porco que precisa ser salvo”.
Mas nós somos todos “feios, sujos e malvados” (N. do T.: mesmo título do filme de Ettore Scola de 1976 – link para o filme integral abaixo): temos “a casta”, uma espécie de sarna que se pega junto com a cidadania. Na Europa, pelo contrário, são todos campeões de rigor, de honestidade e de transparência. Como aconteceu quando alguém se deu ao trabalho de controlar o que estava aprontando a Comissão Santer, e descobriu que ocorria uma gravíssima má gestão dos fundos e que, em alguns casos, os membros da comissão precisavam ser “distraídos” e, para não lhe faltasse nada, incluíam também parentes e amigos na bufunfa (tecnicamente, isso se chama nepotismo e “familismo”). Todos os comissários foram obrigados a se demitirem porque, e isso foi escrito textualmente, “não podiam não estar sabendo”. Entre aqueles comissários estavam Mario Monti e Emma Bonino. Mas não digam nada ao jornal Corriere della Sera, eles não gostam de lembrar disso.
Depois, alguém foi fuçar qual a utilização que se fez dos fundos – incluídos os nossos 50 bilhões de liras – em Bruxelas. Algumas coisas bastante interessantes foram reveladas. Eis aqui algumas:
– 411 mil euros pra um centro fitness para cachorros, que nunca foi construído.
– 900 mil euros para cursos de golfe, hotel, piscinas e centro spa que hospedaram Angela Merkel.
– 5 milhões em limusines para os parlamentares europeus.
– 1 milhão e 600 mil euros ao Rei da Suécia, envolvido em escândalos sexuais, para cobrir suas perdas financeiras.
– Mais de 5 milhões para um centro cultural, una espécie de “boliche” que surgiu em Luxemburgo para burocratas europeus muito esnobes.
– 5 milhões e meio para uma cidade do luxo, na Hungria, dotada até de uma falsa Ponte dos Suspiros.
– 7 milhões para uma falsa paisagem canadense que imita o Yukon, no zoológico de Hannover.
– 44 mil euros em coquetéis para festejos.
– 150 mil euros em Londres para cursos de gole e para a caça da raposa.
– 40 mil euros em presentes para o Conselho da Europa.
– 238 euros para um parlamentar, para a compra de cartões postais.
– 57 mil euros para uma orquestra europeia feita apenas de joystick de computador, aquelas simpáticas manivelas que servem para os games.
– 2 milhões e meio para a construção de um vilarejo romano na Alemanha.
– Quase 1 milhão e meio para p desenvolvimento de videogames.
– 16 mil euros para concidadãos tiroleses para potencializar sua conexão emotiva com a paisagem.
– 7 milhões e meio de fundos europeus para a Andaluzia, que os utilizou para explicar para que serviam aqueles fundos europeus.
E como esquecer aquele trecho da TV alemã que perseguia Giorgio Napolitano no aeroporto – um verdadeiro cult – , pedindo-lhe satisfação dos reembolsos para os voos de Bruxelas a Roma e vice-versa, para os quais recebia 800 euros por trajeto, enquanto despendia apenas 90, graças aos voos de baixo custo?
Mas a Europa é uma grande mamata, enquanto nós temos “a casta”. Enquanto isso, já pagamos 15 bilhões antecipados para o fundo salva-estados que, enquanto esperamos ser salvos, já foram investidos no chamado Clube da Tripla A, isto é, em títulos de estado alemães, holandeses, suecos, finlandeses, noruegueses, ingleses e dinamarqueses. Estamos arrancando o pão da boca dos nossos empreendedores para financiar as economias “deles”.
Então: quem são os porcos que precisam ser salvos?
Feios, Sujos e Malvados (Sporchi, Brutti e Cattivi, Ettore Scola, 1976)
http://youtu.be/zTBCQiCytKc
A “bela”, “limpa” e “benévola” Sant’Angela Merkel dos Bankgstersteins, que deveria passar a ilustrar, com seus terninhos “executivaça a postos” o novo catálogo cromático da Pantone para a indústria gráfica:
A bela:
A limpa:
A santa: