Virado à paulista – São Paulo, a cidade proibida (o artigo); São Paulo, em “A Letra Miúda do Caos” (a constatação da esquizofrenia); “Entre Rios”, a urbanização de São Paulo (o documentário); São Paulo, S. A. (o filme); Neobandeirantes (o arquétipo que persiste)
São Paulo, a cidade proibida, artigo de Bruno Ribeiro
AQUI:
http://brasilescrito.blogspot.com.br/2012/03/onda-proibitiva-em-sao-paulo-comecou.html
Resumo do artigo do blog brasilescrito:
A onda proibitiva em São Paulo começa com José Serra, continua com Geraldo Alckmin e ganha sua personificação mais bizarra com Kassab, que fez do não a marca de seu governo. Algumas poucas proibições poderiam ser justificáveis se não escondessem intenções higienistas nas entrelinhas. Outras são completamente estapafúrdias, como veremos a seguir.
São Paulo, no artigo “A letra miúda do caos”, em post editorial de Saul Leblon no site cartamaior:
Artigo ntegral aqui:
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1024
“As notícias em letra miúda se sucedem. Só alcançam as manchetes quando a escala da engrenagem em curso se explicita em catástrofes épicas — logo esquecidas na inquietante sucessão de registros de pé de página. A letargia permite que as cúpulas globais não incluam o risco ambiental na agenda de urgências impostas pela maior crise do capitalismo desde os anos 30.
Do mesmo modo, o a-historicismo engajado dos verdes se permite discutir o ‘futuro que queremos’, como aconteceu na Rio+20, sem assumir que a supremacia financeira atual não cabe nesse futuro. Ou melhor, representa a principal ameaça a ele.
Em escala local, a esquizofrenia atinge a agenda das campanhas municipais. Em São Paulo, a convergência entre crise climática e desordem urbana descortina um futuro de equilíbrio equivalente ao espetáculo de um cão chupando manga. Manga de 1.500 km2 de insensatez e concreto. O tema, porém, tem merecido no debate eleitoral a mesma prioridade que os corredores de transporte coletivo e a permeabilidade do solo nas marginais do Tietê desfrutaram no condomínio administrativo Serra/Kassab: zero. Oremos.”
“ENTRE RIOS” – a urbanização de São Paulo
Um excelente documentário sobre a urbanização de São Paulo, com um enfoque geográfico-histórico, permeando também questões sobre meio ambiente, política.Produzido pelo coletivo Santa Madeira:http://vimeo.com/user2460823
São Paulo, Sociedade Anônima
Filmado em 1965, São Paulo, Sociedade Anônima é considerado um dos grandes clássicos do cinema brasileiro. Com direção e roteiro de Luís Sérgio Person, o filme narra a dificuldade de Carlos (Walmor Chagas) em conciliar as pressões profissionais exercidas por seu chefe, Arturo (Otello Zeloni), as ambições de sua mulher Luciana (Eva Wilma) e a inconstância de sua amante Ana (Darlene Glória). O retrato do estilo de vida paulistano continua atual mesmo depois de quase 50 anos.
http://vimeo.com/user2460823
São Paulo, Neobandeirantes, artigo de Silvio Mieli
Fonte: Brasil de Fato edição 455, de 24 de 11 de 2011
A atuação da PM na USP e as discussões posteriores à tomada da reitoria lembram as ações dos nossos ancestrais, os bandeirantes
Não nos livramos facilmente dos arquétipos históricos. A atuação da PM na USP e as discussões posteriores à tomada da reitoria lembram as ações dos nossos ancestrais, os bandeirantes.
O bandeirismo, fenômeno tipicamente paulista – patrocinado por senhores de engenho, donos de minas e comerciantes – está impregnado no corpo e na alma paulistana. A “elite” daqui se orgulha de ser herdeira dessa “brava gente”. A pegada bandeirante pode ser reconhecida na forma agressiva como o paulista ocupou o seu território; na avidez como explorou os seus recursos naturais; na arrogância expansionista (a “locomotiva do país”); no modo desumano e preconceituoso como sempre tratou aqueles que construíram a sua riqueza (chamados pejorativamente de “nortistas”).
No fundo, alguns dos principais problemas da USP (autonomia, gestão, segurança, administração do espaço público) compõem o microcosmo das mazelas do próprio estado de São Paulo. Só que a comunidade paulista, ao invés de aproveitar a oportunidade oferecida pela crise uspiana e ampliar o debate em torno da falta de democracia interna (que leva setores da universidade a radicalizarem a sua postura); na gestão incompetente de uma instituição pública; na restrição do acesso ao campus nos finais de semana, reduziu a riqueza do debate à intervenção da PM, incapaz de lidar com as particularidades de uma universidade. Além disso, se entrarmos no quesito da cobertura midiática, durante o processo de desinformação que antecedeu a desocupação da reitoria da USP, sobrou até para a Rádio Várzea Livre do Rio Pinheiros (107,1 FM), importante projeto que funciona no prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Depois de demonizarem alunos e funcionários envolvidos com os protestos em geral, a Rádio Bandeirantes exigiu o fechamento imediato da rádio livre que funciona a partir da USP.
Há muito tempo, a Bandeirantes, fazendo jus ao nome, parte para o ataque na caça aos movimentos sociais, estejam onde estiverem. Através de reportagens especiais, editoriais virulentos e vinhetas alarmantes ao longo da programação, boicotam diuturnamente qualquer iniciativa que coloque em risco o modelo neobandeirante como, por exemplo, a campanha contra a demarcação da Raposa Serra do Sol e o apoio irrestrito às mudanças no Código Florestal. Também repetem o mantra que “rádio pirata” derruba avião, boicotam qualquer tentativa de desarmamento e decretam que o MST não é um movimento social.
O sonho dourado da elite paulistana, que se considera moderna e cosmopolita, seria assistir à entrada triunfal de Domingos Jorge Velho, Antônio Raposo Tavares, Fernão Dias Pais, Manuel Borba Gato, espingardas em empunho, pela várzea do Rio Pinheiros ou então pela Avenida Paulista. Finalmente “colocariam a casa em ordem”.