>> “Otras Bestias”, show de Léon Ferrari e “Os insetos estão espionando: o futuro da tecnologia de controle governamental”, artigo de Susanne Posel

“Otras Bestias”, show de Léon Ferrari e “Os insetos estão espionando: o futuro da tecnologia de controle governamental”, artigo de Susanne Posel



“OTRAS BESTIAS” de LÉON FERRARI
por Mario S. Mieli

Otras Bestias, de Léon Ferrari, no Palais de Glace
http://youtu.be/kIdXEtEPMds

Entre 20 de abril e 25 de maio de 2011, o genial Léon Ferrari apresentou uma exposição no Palais de Glace de Buenos Aires, titulada “Otras Bestias”. Coerente com sua postura de refletir, criticar a profanar as art-y-manhas do poder e das “forças constituídas”, que incluem a propagação de todo tipo de desgraças, profanações, violências e blasfêmias à dignidade humana, o artista desvenda novas obras de sua lúcida e lúdica criação.


Ver as obras de Ferrari como virulentos comentários da(s) “arte(s) do estado” e, depois, ler o artigo que segue abaixo sobre o “estado da arte” das tecnologias do controle repressivo imperial só enfatiza o valor da arte como, entre outras coisas, intuição premonitória concretizada. O deboche transgressor e o humor profanador parecem vir como precioso bônus à reflexão sobre o que é o ser humano e sobre como se “embeleza” a desgraça, a violência e a necrofilia prevalecentes.




Site da exposição: http://www.palaisdeglace.gob.ar/exposiciones/2011/02/ferrari/ferrari.html





Revisitando um conhecido trabalho anterior de Léon Ferrari:
Casa Blanca, performance, Leon Ferrari y Pons


“OS INSETOS ESTÃO ESPIONANO: O FUTURO DA TECNOLOGIA DE CONTROLE GOVERNAMENTAL”

Por Susanne Posel
Fonte: activistpost de 17 de junho de 2012
Tradução: Mario S. Mieli


Em junho de 2011, os militares dos EUA admitiram possuir uma tecnologia de aeronaves teleguiadas sem tripulação, ou drones, tão sofisticada que poderiam produzir um drone do tamanho de um inseto (1).

Chamados na base da Força Aérea de Wright-Patterson de “micro-aviários”, os drones estão em fase de desenvolvimento e projetação, para replicar os padrões de voo de mariposas, falcões e outras criaturas voadoras do mundo natural.

Greg Parker, engenheiro aeroespacial explica: “Procuramos modos de tornar possível o esconder-se em plena luz do dia”, para o propósito de executar missões de espionagem e assassinatos.

Os drones Predator do tamanho de um Cessna, usados para executar ataques de aviões não tripulados, agora estão presentes em todo o mundo. Nos EUA, o Pentágono tem um número estimado de 7.000 drones aéreos em seu arsenal.

Em 2011, o Pentágono solicitou ao Congresso 5 bilhões de dólares para os drones, até o ano 2030.

Agora, a tecnologia investigativa do Pentágono está se dirigindo a “moscas espiãs”, equipadas com sensores e micro-câmeras para detectar inimigos e armas nucleares.

Parker está usando tecnologia de helicópteros para permitir a seus drones “libélulas” acionados por computador de se torarem armas de coleta de inteligência.


“Ter um computador que faça isso 100% do tempo, e fazer isso com asas, e fazer isso quando não se sabe, realmente, onde o veículo está – esses são os tipos de tecnologia que estamos tentando desenvolver.

A Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA) (2) desvendou seu drones “beija-flor” que podem voar a uma velocidade de 11 milhas por hora. (N. do T.: vide vídeo no fim desta matéria: AeroVironment’s Nano Hummingbird – Outdoor Indoor Flight)

A DARPA também está inserindo chips de computador em pupas de mariposas (N. Do T.: em estágio intermediário entre larva e adulto desenvolvido) na esperança de que elas choquem “mariposas cyborg”.

Ao interior da DARPA há o projeto Hybrid Insect Micro-Electro-Mechanical Systems (HIMEM) (3), cujo objetivo é desenvolver insetos obturadores, ou seja, insetos com câmaras ligadas ao seu próprio sistema nervoso, que possam ser controlados a distância. No projeto HIMEM, há pesquisadores trabalhando com besouros cyborg.


Outras instituições estão trabalhando seriamente para o governo EUA, desenvolvendo tecnologia de insetos.

O California Institute of Technology criou um “ornitóptero micro-morcego” que voa e cabe confortavelmente na palma de uma mão.

Uma equipe da Harvard University construiu com sucesso um robô parecido com uma mosca doméstica com asas sintéticas que zunem a 120 batidas por segundo.

Em 2007, no International Symposium on Flying Insects and Robots (4), pesquisadores japoneses desvendaram uma mariposa-falcão controlada por rádio.

Apesar de que os militares dos EUA gostariam de fazer crer ao público estadunidense que esses novos “drones-moscas” são usados para missões no exterior, os drones-insetos tem sido vistos espionando ruas dentro dos próprios EUA.

Acredita-se que esses drones-insetos são instrumentos high tech de alto controle (5) usados pelo Department of Homeland Security.

O governo dos EUA está experimentando diferentes tipos de capacidades de micro-controle, como cultivar insetos com chips de computadores incorporados neles, na esperança de reproduzir softwares diretamente em seus corpos, para controlar padrões de voo remotamente.

A Central Intelligence Agency (CIA) (6) tem trabalhado com esta tecnologia desde os anos 70. Conhecido como “inscetothopter”, foi desenvolvido pelo Office of Research and Development para a CIA.

Ele se parece com uma libélula; entretanto, contém um pequeno motor a gasolina para controlar suas quatro asas. Foi subsequentemente considerado um fiasco porque não podia manter voo na direção contrária aos padrões naturais do vento.


A Israel Aerospace Industries (IAI) (7) criou um drone com o formato de borboleta, que é o menor construído até agora. Pode ficar suspenso no ar no meio do voo, como um helicóptero, e tirar fotos com uma câmara de 0,15 grama e cartão de memória.

A “borboleta” imita a natureza tão bem que os pássaros e outros insetos estão convencidos de que são reais, e não manufaturados.

Notas:
(1) http://www.nytimes.com/2011/06/20/world/20drones.html?_r=2&pagewanted=2
(2) http://www.darpa.mil/
(3) https://en.wikipedia.org/wiki/Hybrid_Insect_Micro-Electro-Mechanical_Systems
(4) http://fir.epfl.ch/home.html
(5) http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/10/08/AR2007100801434.html?sid=ST2007100801459
(6) https://www.cia.gov/
(7) http://www.iai.co.il/22031-en/Homepage.aspx

Recomendamos também:


How Close Are We to a Nano-based Surveillance State? Por Michael Edwards:
http://www.activistpost.com/2011/02/how-close-are-we-to-nano-based.html


>> A dronificação do planeta Terra, por Tom Engelhardt
http://imediata.org/?p=1664


Mas que beija-flor esquisito…
AeroVironment’s Nano Hummingbird – Outdoor Indoor Flight


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