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DITADURA FINANCEIRA – É preciso pará-los!

Por Giorgio Cremaschi
Fonte: rete28aprile via megachip.info
Tradução: Imediata






Em 1941, Manolis Glezos conseguiu remover a bandeira nazista da Acrópole de Atenas, ocupada pelos alemães. Ele se tornou um líder e um herói da Resistência. Ontem à noite (12 de abril), Glezos, com 91 anos, estava na rua para lutar contra as medidas impostas pela Europa à Grécia, tendo sido atingido pela polícia e agora está internado num hospital. Se eu estivesse na praça Sintagma, eu também teria aplaudido os “black blocks”.

O que está sendo feito na Grécia é uma violência autoritária sem precedentes na Europa ocidental, desde 1945 até hoje. A única comparação que me ocorre foi quando, em 1938, em Munique, as grandes potências europeias humilharam a pequena Tchecoslováquia, constringindo-a a ceder a região dos Sudeten (N. do T.: em tcheco: Krkonošsko-jesenická ou Sudety) para Hitler. Na época, foi dito que a Europa tinha escolhido a desonra para evitar a guerra, quando na realidade acabou tendo as duas. Hoje os governos europeus e os bancos escolhem o massacre social para evitar a falência, e acabarão tendo ambos.

Agora está claro que se trata de criminalidade econômica, o que é imposto pela Troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Europeu e Comissão Europeia), em aliança com os governos de direita da Europa, de Merkel a Monti. Essa linha de atuação provoca terríveis devastações mas não tem nenhuma possibilidade de relançar o tão decantado crescimento; nesse sentido está se dirigindo para um clamoroso fracasso. Essa linha de atuação destrói sem produzir o que quer que seja, com exceção dos ganhos encharcados de sangue das Bolsas, que hoje festejam o massacre grego.

Parece que agora, ainda não satisfeitos, os burocratas e os governos europeus pedirão aos partidos gregos para endossar os empenhos, votados por um parlamento totalmente deslegitimado, mesmo depois das eleições. E se por acaso o voto cancelasse, como é quase certo, esses partidos servos da Europa dos bancos? Então, o que será que a Europa vai pedir, um governo técnico de coronéis?

As barricadas gregas são o sinal da derrota da Europa das finanças e dos bancos; seus estúpidos ganhos têm vida curta. Claro que se quer golpear a Grécia para fazer pensar aos italianos que, no fundo, a renúncia ao artigo 18 é um preço tolerável, visto o que aconteceu naquele país. E pode até ser que num parlamento italiano, sujeitado e deslegitimado como o grego, essa estupidez encontre um amplo consenso.

Mas o essencial é que a revolta grega é somente o anúncio da revolta europeia contra a ditadura financeira que está destruindo a democracia e o estado social. É só questão de tempo e a revolta na Europa crescerá e destruirá os governos técnicos e aqueles que os apoiam.

É preciso pará-los. Comecemos agora.

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