Draghi, Papadimos, Monti : o putsch da Goldman Sachs na Europa
Por Jocelyn Bea
Fonte: http://www.polemia.com/article.php?id=4297 de 13 de novembro de 2011
Tradução: Agência Imediata
Uma loucura total confiar a Europa aos banqueiros, e não se trata de quaisquer banqueiros, mas veteranos da Goldman Sachs, um dos bancos mais perigosos, talvez O mais perigoso, juntamente com o JP Morgan Chase… Mario Draghi presidente do BCE (Banco Central Europeu), Loukas Papadimos primeiro-ministro da Grécia, Mario Monti primeiro-ministro italiano, sem falar do economista português Antonio Borges que encabeça o departamento Europa do FMI e quem tem em mãos os possíveis programas de austeridade para a Europa, e que foi colocado no posto por DSK (“Débauche Soubrettes et Kama-sutra”), antes do escândalo em NY. Se houver apocalipse financeiro, agora conhecemos melhor quem abriu as portas do inferno!
Mario Draghi é o novo chefe do Banco Central Europeu (BCE). Loukas Papadimos acaba de ser designado primeiro-ministro da Grécia. Mario Monti será provavelmente o presidente do conselho italiano. Trata-se de três financistas formados nos EUA, sendo dois deles ex-executivos veteranos do sulfuroso banco Goldman Sachs. Mas é razoável recrutar os incendiários para o papel de bombeiros? Explicações.
Minha primeira se chama Mario Draghi.
Ele se diplomou em economia pelo Massachussetts Institute of Technology (MIT). Foi encarregado das privatizações italianas de 1993 a 2001. Tornou-se diretor do Banca d’Italia em 2006. De 1993 a 2006, foi membro de vários conselhos de administração de bancos. De 2002 a 2006 foi vice-presidente para a Europa da Goldman Sachs, o sulfuroso banco de negócios dos EUA. Acaba de ser nomeado presidente do Banco Central Europeu (BCE).
Minha segunda se chama Loukas Papadimos.
Ele também diplomado pelo Massachussetts Institute of Technology (MIT). Foi professor da Universidade de Columbia, antes de se tornar conselheiro econômico da Federal Reserve de Boston. De 1994 até 2002, foi governador do Banco da Grécia: posto que ele ocupava quando a Grécia se “qualificou” para o euro, graças a contas falsificadas pela Goldman Sachs. Depois, foi vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE). Acaba de ser nomeado, sob pressão da União Europeia e do G20, primeiro-ministro da Grécia, com o suporte dos dois partidos dominantes.
Minha terceira se chama Mario Monti.
Diplomado pela Universidade de Yale. Estudou o comportamento dos bancos em regime de monopólio. Depois, durante dez anos, foi comissário europeu, de 1994 a 2004. Inicialmente “na área de mercado interior e direitos alfandegários” (ou melhor, a supressão dos mesmos), depois, na área da concorrência. Membro da Trilateral e do grupo Bilderberg – segundo a Wikipédia – foi nomeado consultor internacional da Goldman Sachs em 2005. Acaba de ser nomeado senador vitalício, e a União Europeia e o G20 tentam impô-lo como presidente do conselho da Itália.
Meu todo são três financistas europeus(?), três homens da superclasse mundial, formados em universidades estadunidenses e estreitamente ligados à Goldman Sachs.
O Governo Sachs: no comando da Europa?
O banco Goldman Sachs é apelidado, nos EUA, de “governo Sachs”, tamanha é a sua influência no governo dos EUA. O secretário do Tesouro (ministro da Economia) do governo Clinton, Robert Rubin, que procedeu à desregulamentação financeira, vinha da Goldman Sachs. Da mesma forma como o secretário do Tesouro (ministro da Economia) do governo Bush, Hank Paulson, que transferiu aos EUA as dívidas podres dos bancos, por ocasião da crise financeira. O atual presidente da Goldman Sachs, Llyod Blankfein, adora dizer que ele “faz o trabalho de Deus”. De fato, a Goldman Sachs está no centro da predação financeira: aquela das “subprimes”, ou seja, aquela que consistia em enganar seus próprios clientes (a quem o banco recomendava comprar produtos financeiros que ela própria estava especulando, apostando na baixa)e aquele que consistia em maquiar as contas da Grécia.
São os homens da Goldman Sachs que estão sendo, atualmente, levados ao comando. Por quais meios? E para quais fins? Repassar ao povo os erros dos bancos? Fazer com que a América seja salva pelos europeus?
Daqui seis meses – salvo algum imprevisto – os franceses vão eleger um novo presidente da República: seria prudente que eles pedissem aos três principais candidatos (atualmente, François Hollande, Marine Le Pen e Nicolas Sarkozy) que se comprometam a não impor como primeiro-ministro um… veterano da Goldman Sachs.
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