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Theodor
Adorno pode rolar no túmulo o quanto quiser: hoje a cultura de massa é a medida de nosso
tempo. Venha de onde vier televisão, jornal, outdoor, propaganda, novela das oito,
Internet uma informação nova chega ao nosso cérebro a cada centésimo de segundo
para convencer, mostrar (ou esconder) e, sobretudo, vender. Qual o lugar reservado à
"verdadeira arte" no meio deste balaio? Alguns artistas puristas até tentaram
cortar os pulsos, mas outros mais flexíveis viram que arte e cultura de massa podem se
misturar, transformando antigas formas de ver e sentir. Ou ainda, viram a própria
massificação como objeto de sua arte. Vide as Campbells de Warhol ou as HQs de
Lietchenstein.
Seguindo mais ou menos o mesmo curso, encontra-se o trabalho da artista plástica
americana Barbara Kruger. Em comparação um pouco grosseira à vista dos
norte-americanos, pode-se dizer que sua arte (ou não?!) é filha das dezenas de Marilyns
"warholianas" com o severo Tio Sam exigindo "I Want You". Afinal, se a
mistura de imagens publicitárias com frases de efeito podem fazer parte tanto da campanha
de Hitler quanto do anúncio de Marlboro, por que outros setores seguiriam incontaminados?
Kruger vem brincar nesta fina e bamba linha entre arte e provocação, anúncio e poder.
Goste-se ou não, é uma brincadeira tentadora.
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