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POEMA: “O que não é permitido”

por Richard Tillinghast

Fonte: Global Research , June 7, 2010 / Irish Times – 2010-06-05

Tradução: Mario S. Mieli

Carne enlatada não é permitida, nem molho de tomate,
nem roupas, nem sapatos, nem cadernos.

Esses itens serão armazenados em nossos depósitos de Karem Shalom
até aviso em contrário.

Bananas, maçãs e caquis são permitidos de entrar em Gaza,

pêssegos e tâmaras, e agora macarrão

(depois da visita do Senador americano).

Essas coisas são vitais para o sustento diário.

Mas nada de damascos, nem ameixas, nem uva, nem abacate, nem geléias.

Esses são luxos e não são permitidos.

Papel para livros didáticos não é permitido.

Os terroristas poderiam usá-lo para imprimir material sedicioso.

E por que vocês precisariam de livros didáticos

agora que suas escolas são uma carcaça?

Aço não é permitido, nem material de construção, nem tubos

de plástico.

Isso os terroristas poderiam usar para lançar foguetes
contra nós.

Abóboras e cenouras vocês podem ter,

mas nada de guloseimas,

nem cerejas, nem romãs, nem melões, nem cebolas,

Nada de chocolate.

Temos uma lista de três dúzias de artigos que são

permitidos,

mas não somos obrigados a divulgar o seu conteúdo.

Essa é a decisão a que chegaram

o Coronel Levi, o Coronel Rosenzweig e o Coronel Segal.

Nosso lema:

‘Nada de prosperidade, nada de desenvolvimento, nada de

crise humanitária.’

Vocês podem pescar no Mediterrâneo,

mas só até três quilômetros da costa.

Além disso, abriremos fogo.

É uma pena mesmo que as águas estejam poluídas –

vinte milhões de galões de esgoto bruto despejados no mar

a cada dia

É a cifra fornecida.

Nossos foguetes arrebentaram as estações de tratamento

de esgoto,

e, neste ponto, nenhuma peça sobressalente é permitida.

Enquanto o Hamas nos ameaçar,

não se permite a entrada de cimento, nem de vidro, nem de equipamento médico.

Nós os estamos observamos de nossos drones sem piloto

enquanto vocês cozinham suas parcas refeições em chama

aberta

e se deitam

nas ruínas de casas destruídas pelos tanques armados.

E se os seus filhos não puderem dormir,

com saudades daqueles que foram mortos durante nossas

incursões,

ou chorarem de noite, ou mijarem em suas camas

em suas improvisadas de tendas de refugiados

ou gritarem, sentindo a dor de seus membros amputados –

esse é o preço que vocês tem que pagar por abrigar

terroristas.

Deus nos deu esta terra.

Uma terra sem povo para um povo sem terra.

POEM: “What Is Not Allowed”

by Richard Tillinghast

Global Research , June 7, 2010

Irish Times – 2010-06-05

POEM

No tinned meat is allowed, no tomato paste,

no clothing, no shoes, no notebooks.

These will be stored in our warehouses at Kerem Shalom

until further notice.

Bananas, apples, and persimmons are allowed into Gaza,

peaches and dates, and now macaroni

(after the American Senator’s visit).

These are vital for daily sustenance.

But no apricots, no plums, no grapes, no avocados, no jam.

These are luxuries and are not allowed.

Paper for textbooks is not allowed.

The terrorists could use it to print seditious material.

And why do you need textbooks

now that your schools are rubble?

No steel is allowed, no building supplies, no plastic pipe.

These the terrorists could use to launch rockets

against us.

Pumpkins and carrots you may have,

but no delicacies,

no cherries, no pomegranates, no watermelon, no onions,

no chocolate.

We have a list of three dozen items that are allowed,

but we are not obliged to disclose its contents.

This is the decision arrived at

by Colonel Levi, Colonel Rosenzweig, and Colonel Segal.

Our motto:

‘No prosperity, no development, no humanitarian crisis.’

You may fish in the Mediterranean,

but only as far as three km from shore.

Beyond that and we open fire.

It is a great pity the waters are polluted –

twenty million gallons of raw sewage dumped into the sea every day

is the figure given.

Our rockets struck the sewage treatments plants,

and at this point spare parts to repair them are not allowed.

As long as Hamas threatens us,

no cement is allowed, no glass, no medical equipment.

We are watching you from our pilotless drones

as you cook your sparse meals over open fires

and bed down

in the ruins of houses destroyed by tank shells.

And if your children can’t sleep,

missing the ones who were killed in our incursion,

or cry out in the night, or wet their beds

in your makeshift refugee tents,

or scream, feeling pain in their amputated limbs –

that’s the price you pay for harbouring terrorists.

God gave us this land.

A land without a people for a people without a land.

Richard Tillinghast is an American poet who lives in Co Tipperary. He is the author of eight books of poetry, the latest of which is Selected Poems (Dedalus Press, 2010 ), as well as several works of non-fiction

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