Londres em chamas

 

 


Gilad Atzmon

7 de julho de 2005

Tradução Imediata

Estamos acostumados a ver as imagens do horror na capital iraquiana. Para a maioria dos londrinos e britânicos, essas imagens não são mais do que uma chamada remota de um país estrangeiro. De alguma forma, a maioria de nós se esqueceu de que, basicamente, o responsável do horror sem trégua no Iraque é o nosso governo.

As imagens do horror de hoje vêm de Londres: Bagdá e Londres parecem compartilhar um destino similar.

Sentado na sala, vejo a BBC 24 e fico sabendo que a polícia metropolitana e os serviços de emergência estão operando segundo um plano. Obviamente, esperavam um ataque como esse. Um governo que está totalmente implicado em qualquer tipo de atividade criminosa colonialista deve preparar seus votantes para as conseqüências de suas políticas. Há um minuto, ouvi Tony Blair dizer à nação que ‘nossa’ determinação para defender ‘nossos’ valores de vida é maior que a determinação ‘deles’ de causar morte e destruição. Eu me pergunto: a que valores ele se refere? Seguramente, o roubo contínuo do petróleo árabe é um valor fundamental para Blair, mas não é o meu valor. Tony Blair, um homem que iniciou uma guerra sem o apoio das Nações Unidas, um homem com as mãos manchadas de sangue, quer que acreditemos que está realmente preocupado com a pobreza na África e com a mudança climática.

Independentemente de gostarmos ou não, devemos admitir que o Terror é uma mensagem e é melhor aprendermos a ouvi-la com atenção:

Em primeiro lugar, a mensagem nos diz que somos tão vulneráveis como qualquer outro ser humano.

Em segundo lugar, ela nos diz que deveríamos deixar que os outros vivam segundo seus valores e suas crenças.

Em terceiro lugar, ela nos diz que nunca mais deveríamos dar nossos votos a criminosos de guerra.

Porém, principalmente, ela nos diz que temos uma obrigação moral. Cabe a nós deter nossos governos. É nosso dever nos levantarmos e exigir a demissão de Blair, que é o responsável pela morte de tantos iraquianos e, possivelmente, agora, de tantos britânicos inocentes. Precisamos lembrar do fato de que votar num político sem ética nos torna a todos cúmplices de uma empresa criminosa.

Já sabemos que, tanto nos EUA quanto em Israel, as conseqüências do terror levaram a maioria a apoiar com entusiasmo a direita. Espero que o povo britânico seguirá o exemplo da reação pública espanhola. Os belicistas e os agressores devem ser expulsos de nosso clima político. Só assim a paz prevalecerá.

Gilad Atzmon nasceu em Israel e serviu no exército israelense. É escritor, autor de A Guide to the Perplexed (Guia aos Perplexos) e do recém lançado My One and Only Love. Ele é também um dos melhores saxofonistas de jazz da Europa. Seu último CD, Exile, foi considerado o melhor CD de jazz do ano pela BBC. Ele reside em Londres e seu e-mail é: atz@onetel.net.uk

 

 

London's Burning

By GILAD ATZMON

July 7, 2005

We are used to seeing images of horrors from the Iraqi capital. For most Londoners and Britons, those images are nothing more than a remote call from a foreign country. Somehow, most of us have managed to forget that it is basically our government who is responsible for the continued horror in Iraq.

Today's images of horror are coming from London, seemingly, Baghdad and London appear to share a very similar fate.

I am sitting in my front room watching BBC 24 learning that the metropolitan police and the emergency services are operating according to a plan. Clearly they all anticipated such an attack. A government that is fully engaged in some criminal colonialist activity better prepare its voters for the outcome of its policies. A minute ago I heard Tony Blair telling the nation that 'our' determination to defend 'our values' of life is greater than 'their' determination to cause death and destruction. I ask myself, what values is he referring to? Surely the continuation of the robbery of Arab oil is a major value for Blair but it isn't my value. Tony Blair, a man who initiated a war without UN backing, a man with blood on his hands wants us to believe that he is really concernedabout African poverty and climate changes.

Whether we like it or not, we must admit that Terror is a message and we better learn to listen to it attentively:

First, it tells us that we are as vulnerable as anyone else.

Second , it tells us that we may have to let other people live their life according to their values and beliefs.

Third, it tells us that we must never again give our votes to war criminals.

More than anything else it tells us that we have a moral duty. It is down to us to stop our governments. It is our duty to stand up and to demand the resignation of Blair who is responsible for the death of so many Iraqis and arguably now many Innocent Britons. We must remember that voting in a non-ethical politician makes us all into active shareholders in a criminal company.

We know already that both in America and Israel the consequences of terror led the general public towards an endorsement of right wing zealously. I do hope that the British people will follow the Spanish public's reaction. Warmongers and militant aggressors must be ousted from our political climate. Only then peace will prevail.

Gilad Atzmon was born in Israel and served in the Israeli military. He is the author of two novels: A Guide to the Perplexed and the recently released My One and Only Love. Atzmon is also one of the most accomplished jazz saxophonists in Europe. His recent CD, Exile, was named the year's best jazz CD by the BBC. He now lives in London and can be reached at: atz@onetel.net.uk

 

 

Arde Londres

Gilad Atzmon

07-07-2005

www.gilad.co.uk

Fonte: Rebelion - Traducido por Manuel Talens

Estamos acostumbrados a ver las imágenes del horror en la capital iraquí. Para la mayor parte de los londinenses y británicos, tales imágenes no son más que una llamada remota de un país extranjero. De alguna manera, casi todos se han olvidado de que el responsable del horror inacabable en Irak es nuestro propio gobierno.

Las imágenes del horror hoy vienen de Londres: Bagdad y Londres parecen compartir un destino muy similar.

Sentado ante la pantalla, veo BBC 24 y me entero de que la policía londinense y los servicios de urgencias funcionan de acuerdo con un plan. Está claro que esperaban el ataque. Un gobierno implicado en cualquier actividad criminal colonialista debe preparar a sus votantes para las consecuencias de su política. Hace un minuto escuché a Tony Blair decirle a la nación que ´nuestraª determinación de defender ´nuestros valoresª de vida es mayor que ´suª determinación de causar muerte y destrucción. Me pregunto a qué se estará refiriendo. Seguramente el robo continuado del petróleo árabe es un valor importante para Blair, pero no para mí. Tony Blair, un hombre que inició una guerra sin el apoyo de Naciones Unidas, un hombre cuyas manos están manchadas de sangre, quiere que creamos que realmente le preocupa la pobreza africana y el cambio climático.

Nos guste o no, debemos admitir que el Terror es un mensaje y más nos valdrá aprender a escucharlo con atención:

En primer lugar, nos dice que somos tan vulnerables como cualquiera.

En segundo, nos dice que deberíamos dejar que los demás vivan de acuerdo con sus valores y sus creencias.

En tercero, nos dice que nunca más deberíamos darle nuestros votos a criminales de guerra.

Pero, más que nada, nos dice que tenemos una obligación moral. Debemos detener a nuestros gobiernos. Es nuestro deber levantarnos y exigir la dimisión de Blair, que es el responsable de la muerte de tantos iraquíes y, posiblemente, ahora de muchos británicos inocentes. Debemos recordar que el hecho de votar a un político carente de ética nos convierte a todos en cómplices de una empresa criminal.

Sabemos ya que, tanto en Estados Unidos como en Israel, las consecuencias del terror hicieron que la mayoría apoyase con entusiasmo a la derecha. Tengo la esperanza de que el pueblo británico imite la reacción del pueblo español. Los belicistas y los agresores deben ser expulsados de nuestro clima político. Sólo entonces prevalecerá la paz.

 

Gilad Atzmon es jazzman y escritor británico de origen israelí.

 

Envie um comentário sobre este artigo