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A vergonha |
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Luigi
Pintor Tradução
Imediata |
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A guerra será longa, estamos só no começo. Se são eles a afirmar isso, então podemos acreditar, mesmo se antes afirmavam o contrário. Traduzido na prática, quer dizer que o massacre no mercado de Bagdá é só um começo. Não é um efeito colateral da guerra, é o seu coração. Esses mortos nós os conhecemos, de outros, em outras cidades, só ouvimos falar. Os massacres, a matança, a carnificina passam a ocupar o lugar esperado. Estamos só no começo. São bombas estrangeiras, anglo-americanas, não disparos de canhão de um inimigo interno em um mercado de Sarajevo. Vêm de muito alto, do topo do nosso mundo civil. Se essa é uma guerra de libertação, o que é uma guerra de agressão e de conquista? Não foi apresentada assim ao mundo ao seu país por George Bush. Não era uma guerra contra uma população, mas contra um tirano, e deveria ter sido quase indolor. Agora até muitos soldados americanos, mais de cem, morrem e morrerão sem sabê-lo (os iraquianos assassinados em Najaf são mil). Se esse é só o começo, ainda poderia ser interrompida, antes do massacre final. Mas a América, que vive em estado de sítio, não conhece esse cenário e não imagina suas consequências. Acredita naquele gélido imbecil, o ministro da defesa, no vice-presidente que conseguiu a licença para a exploração dos poços iraquianos, no presidente que quer ser reeleito. E tem certeza da vitória. Se mais cedo ou mais tarde perceber que foi enganada, vai se enfurecer, mas será tarde demais. Mas será que a vitória final, precedida da imagem suja dessa guerra, levará a democracia ao Iraque? Serão convocadas eleições livres em um país finalmente pacificado? Existe uma probabilidade em um milhão que isso aconteça, mas existem muitas mais de que o vulcão não se apague. Então, será que você vão fazer o protetorado anglo-americano que vocês projetaram desde 1991? Ou será uma gestão multicolonial? Vocês vão fazer tudo sozinhos ou usarão um outro vassalo local, como Saddam foi para vocês? É detestável ser profeta do infortúnio, mas aqui não se trata de ser profeta porque o infortúnio está sob os nossos olhos. Está na escalada da guerra atual e em todas as suas conotações militares e políticas que projetam um quadro de relações internacionais pós-bélicas tremendo e assombroso. Se estamos só no começo, quem começa mal já está no meio do caminho. Só posso, hoje, concluir que a vontade de paz que corre pelo mundo é mais forte do que isso tudo, mesmo se o repetimos a cada dia não como um ritual, mas como uma convicção. Hoje só podemos dizer, simplesmente, que o que está acontecendo é uma vergonha para a humanidade. La vergogna LUIGI PINTOR La guerra sarà lunga, siamo solo all'inizio. Se lo dicono loro possiamo crederci anche se prima dicevano il contrario. Tradotto in pratica, vuol dire che la strage al mercato di Baghdad è solo un inizio. Non è un effetto collaterale della guerra, è il suo cuore. Questi morti li conosciamo, di altri in altre città sentiamo parlare. I massacri, la macelleria, la carneficina prendono il posto che gli spetta. Siamo solo all'inizio. Sono bombe straniere, anglo-americane, non cannonate di un nemico interno su un mercato di Sarajevo. Vengono da molto in alto, dalla cima del nostro mondo civile. Se questa è una guerra di liberazione, cos'è una guerra di aggressione e di conquista? Non era stata presentata così al mondo e al suo paese da George Bush. Non era una guerra contro una popolazione ma contro un tiranno e sarebbe stata quasi indolore. Ora anche molti soldati americani, pù di cento, muoiono e moriranno senza saperlo (quelli iracheni uccisi a Najaf sono mille). Se è solo l'inizio ci si potrebbe ancora fermare prima del massacro finale. Ma l'America, che vive sotto assedio, non conosce questo scenario e non ne immagina le conseguenze. Crede a quel gelido coglione del suo ministro della difesa, al vice-presidente che ha in appalto i pozzi iracheni, al presidente che vuole essere rieletto. E ha la certezza della vittoria. Se si accorgerà prima o poi d'essere stata ingannata si infurierà ma sarà tardi. Davvero la vittoria finale, preceduta dalla sporca immagine di questa guerra, porterà in Iraq la democrazia? Indirete libere elezioni in un paese finalmente pacificato? C'è una probabilità su un milione che accada qualcosa di simile, ce ne sono molte di più che il vulcano non si spenga. Farete allora il protettorato anglo-americano che avete progettato dal 1991? O sarà una gestione pluricoloniale? Farete tutto da soli o userete un altro vassallo locale, com'è stato per voi Saddam? E' odioso essere profeti di sventura, ma qui non si tratta di essere profeti perché la sventura è sotto i nostri occhi. Lo è nell'escalation della guerra in atto e tutti i suoi connotati militari e politici prospettano un quadro delle relazioni internazionali postbelliche sconvolto e sconvolgente. Se siamo solo all'inizio, chi mal comincia è alla metà dell'opera. Non ci viene oggi da concludere che la volontà di pace che corre per il mondo è più forte di tutto questo, anche se lo ripetiamo ogni giorno non come un rituale ma per convinzione. Oggi ci viene da dire semplicemente che quel che accade è una vergogna dell'umanità.
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