IMPUNIDADE

O que fizemos para merecer tudo isso?

 

 


Irmã Sherine, OP
27 de janeiro de 2003

Testemunho dado durante o III Fórum Social Mundial, em Porto Alegre

Tradução Imediata

 

Irmã Sherine durante entrevista coletiva no III FSM. FOTO: Ag.Imediata

 

Para dar uma idéia da situação, gostaria de explicar brevemente quais eram as condições no Iraque antes das sanções e da Guerra do Golfo. Como vocês devem saber pela História, o Iraque é uma civilização muito antiga. É o local de nascimento de Abraão, que é o ancestral comum do Judaísmo, Cristianismo e Islã.

Antes que a atual agressão começasse, o Iraque era uma nação próspera e desenvolvida. O país oferecia e ainda oferece educação pública gratuita do primário até o nível universitário. E, no passado, apresentava o maior índice de alfabetização para as mulheres de todo o Oriente Médio.

Saúde pública gratuita e médicos profissionais qualificados fizeram do país o principal centro médico da região.

A nação era diversificada, tanto em termos éticos quanto culturais, com uma sociedade relativamente aberta e tolerante, geralmente respeitosa da diversidade religiosa e cultural.

Tinha uma infra-estrutura bastante adequada, incluindo estações de tratamento de água sofisticadas e serviços de saneamento, além de uma rede decente de eletricidade e comunicações.

A influência das Sanções Econômicas

Em função de tudo isso, as sanções são uma tragédia sem paralelos em toda a história humana. Podemos ouvir a mesma pergunta ser pronunciada dos lábios de todos os iraquianos (crianças, mulheres, jovens e idosos).

O que fizemos para merecer tudo isso?

O Iraque era um país tão próspero, mas agora seu povo está sofrendo a fome e a inanição! Será que isso é justo e aceitável?

Onde quer que se vá, pode-se ouvir os iraquianos afirmar: "As Sanções das Nações Unidas estão nos matando!"

a.O nosso povo iraquiano está passando por gravíssimas dificuldades desde a Guerra do Golfo, pelos efeitos debilitantes e devastadores dos 12 anos de sanções econômicas impostas ao Iraque pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.As sanções resultaram em terríveis sofrimentos de todas as ordens: físicos, intelectuais, morais e culturais, para milhões de pessoas. O país, que era próspero e abrigava a segunda maior reserva mundial de petróleo — foi sistematicamente desconstruído, destruído, e reduzido a nada. As restrições comerciais e para importação são um fortíssimo golpe aos iraquianos, particularmente às crianças, aos idosos e aos inválidos. Elas destruíram a habilidade do Iraque de suprir as necessidades básicas de vida ao seu povo. Se você visitar o Iraque, você imediatamente testemunhará a destruição do seu povo, sua cultura, sua terra e a deterioração das condições de vida. As sanções mataram mais de 1,5 milhões de iraquianos, a maioria deles mulheres e crianças, devido à terrível falta de remédios e alimentos, à contaminação da água potável, à poluição do ambiente, e à deficiência no teor nutritivo dos alimentos, tanto em termos da qualidade quanto da quantidade que determina a própria possibilidade de sobrevivência das pessoas. Isso resultou em crianças com peso muito abaixo da média, mães com anemia, fornecimento de suprimentos médicos inadequados e o isolamento do país e de seu povo do resto do mundo.

b.Nossas crianças são mantidas como reféns para todo tipo de doenças, facilmente curáveis por antibióticos comuns e uma dieta saudável, mas que nos são inacessíveis, Além disso, a taxa de crescimento natural de 23%, para o total de crianças iraquianas, simplesmente parou e essa taxa era o dobro, antes da guerra do Golfo. O número de crianças abaixo de cinco anos que morrem a cada mês é de aproximadamente 6.500. A média de mortalidade para crianças entre os 5-12 anos aumentou de 18.000 para 80.000. A mortalidade infantil verificou um aumento de 6 vezes, desde 1990. Em consequência disso, as taxas de mortalidade infantil no Iraque estão entre as mais altas do mundo. Isso levará à destruição completa de toda uma nova geração. Mais de 6 milhões de iraquianos (ou seja, cerca de um terço da população total) está passando fome. Os idosos estão sofrendo de doenças crônicas, tais como pressão alta, diabetes e problemas cardíacos. Eles não têm acesso aos remédios para aliviá-los de seus problemas de saúde.

c. As chamadas no-fly zones (zonas com interdição ou exclusão de vôo), impostas ilegalmente no norte e no sul criam desafios para que se possa viajar no país. Embora exista um número limitado de vôos comerciais entre as principais cidades do país, a maioria das pessoas que precisa viajar deve fazê-lo através das areias do deserto e enfrentando as inimagináveis barreiras de sanções.

d. O que dói muito é que o impacto das sanções não está confinado só a todo o tipo de escassez material. O impacto é ainda maior sobre os valores, os hábitos e a psique de uma inteira sociedade. Crimes como assassinatos, roubos, sequestros e prostituição estão aumentando.

A Saúde

O setor da saúde no Iraque, antigamente considerado exemplar, está próximo de entrar em colapso, depois de 12 anos de sanções extremamente debilitantes. Embora tenha havido uma certa melhora na disponibilidade de remédios e equipamento médico básico, os governos dos EUA e da Inglaterra empregam, frequentemente, seu direito de bloquear os pedidos de produtos, enquanto determinam a validade dos mesmos. Consequentemente, essas mercadorias, embora tecnicamente permitidas, com frequência não estão disponíveis quando necessárias. A enorme destruição da infra-estrutura e da economia do Iraque tem uma clara influência no desempenho do sistema hospitalar e da saúde. Os hospitais carecem de serviços e necessidades básicas, como anestésicos, esterilização, manutenção necessária, iluminação e água potável. Como podem funcionar os hospitais sem água limpa, sem bancos de sangue, sem laboratórios bem equipados, raios-x, instrumentos médicos e salas cirúrgicas em má condição? Como podem os bancos de sangue, os laboratórios, o raios-x, o equipamento médico funcionar sem geradores elétricos e partes de reserva? Como resultado, a capacidade dos hospitais iraquianos foi reduzida de 30%. As equipes médicas dos hospitais enfrentam uma grande insuficiência de oxigênio, o que força os médicos a colocarem mais de uma criança na mesma incubadora, e mais de um paciente compartilha o mesmo cilindro de oxigênio. Além disso, os hospitais não podem providenciar alimentos para um grande número de pacientes, de modo que as famílias dos hospitalizados precisam trazer a comida para os mesmos. Muitas mulheres grávidas chegam à maternidade para o parto com tapetes totalmente gastos para cobrir os bebês, e os empregados do hospital acabam sendo forçados a rasgar os lençóis para poder cobrir os recém-nascidos. Os cirurgiões são forçados a usar as mesmas luvas esterilizadas várias vezes, porque elas não estão disponíveis.

Alguns dias antes de ir à Jordânia, visitei uma amiga que foi também uma ex-aluna minha. Ela é responsável pela Unidade de Leucemia, e me disse que estava desolada vendo s mães soluçarem à beira da cama de seus filhos. Ela deu ênfase ao fato de que a maioria dos pacientes morre devido à falta de remédios. Alguns pacientes recebem somente a metade da dose de medicamento requerida. Às vezes, os pacientes recebem um tipo de remédio que nada tem a ver com sua doença, na tentativa de aliviar uma dor severa ou seus prantos de sofrimento. Pode-se escutar a desolação das equipes médicas que não podem ministrar antibióticos fundamentais ao combate de doenças contagiosas que provêm da água, e que atacam o povo iraquiano, especialmente as crianças e as mulheres grávidas, tais como: a anemia, a febre tifóide, a diarréia, o pólio e o sarampo. A maioria dos iraquianos sofre de doenças que poderiam ser facilmente tratadas antes da guerra do Golfo e do embargo. O bombeamento de água diminuiu aos níveis mínimos, mesmo em Bagdá, a capital do Iraque, devido à redução da força de bombeamento. Antes da guerra do Golfo, 95% da população do Iraque podia, facilmente, obter água limpa e potável. Agora, tem havido uma ligeira melhora na disponibilidade de água, mas nada que se possa comparar aos níveis anteriores à Guerra.

O embargo levou ao isolamento intelectual da comunidade científica e médica iraquiana. Nossas equipes médicas se sentem isoladas porque todas as bolsas de estudo no exterior são negadas, as publicações médicas e científicas não estão disponíveis e nossos médicos não podem participar de conferências médicas ou científicas internacionais.

Diretamente ligada à situação da saúde é a questão do sistema de esgotos inadequado, o qual foi fortemente danificado durante a guerra do Golfo, e ainda se encontra num estado de abandono devido à ausência de partes de reposição e manutenção. Quando a tubulação se racha, a água dos esgotos vaza dos bueiros porque as instalações para o tratamento dos esgotos não estão funcionando.

Um dos desastres não divulgados da guerra do Golfo foi o uso de armas com urânio empobrecido. Os EUA e a Grã-Bretanha desenvolveram essas armas porque o urânio depauperado é um metal denso que pode perfurar tanques blindados. Sob impacto, o urânio se vaporiza e permanece no solo e na atmosfera. 320 toneladas de urânio empobrecido foram utilizadas no Iraque. O resultado é que as pessoas, em certas regiões do país, tem estado expostas a essa radioatividade por 12 anos. Há um alarmante aumento de leucemia, tumor do rim, câncer do pulmão e câncer do seio. Segundo um especialista iraquiano em câncer, um estudo da Universidade de Bagdá estima que 40% das pessoas na província de Basra morrerão de câncer, ou seja, 750.000 pessoas. Quanto à quimioterapia, os medicamentos são insuficientes até para as pessoas mais ricas que podem se dar ao luxo do tratamento. O equipamento para a terapia de radiação é extremamente pobre. Embora algumas das máquinas sejam muito velhas, elas ainda estão em funcionamento. Devido ao embargo, o governo não tem a permissão de importar máquinas mais modernas ou peças sobressalentes necessárias para os reparos. Os pacientes têm que esperar dois meses para poderem receber a terapia de radiação.

Bombardeios

Os aviões e mísseis destruíram a vida e os seus sistemas de suporte. Pode-se ver o rosto das crianças congelado de medo, enquanto as sirenes sinalizam o próximo bombardeio. A devastação causada pelos bombardeios é aparente em 80% das crianças de Bagdá que perderam seus pais e parentes durante a Guerra do Golfo. Aquelas que sobreviveram aos bombardeios estão muito carentes de cuidados especiais, tratamento psicológico intensivo e reabilitação, orientação e instruções de modo a permitir que possam voltar à vida normal e natural.

Antes da guerra do Golfo e dos bombardeios dos EUA, cristãos e muçulmanos conviviam de maneira pacífica e amistosa. Eu era professora em uma escola privada. Os alunos eram cristãos e muçulmanos, e eles estudavam e brincavam juntos. As irmãs sempre foram respeitadas pelos alunos e seus pais, e merecedoras da confiança deles. As tensões religiosas existentes agora no Iraque são intensificadas pela instabilidade gerada pelas sanções e pelo crescente sentimento anti-ocidental na região. O cristianismo é associado com o Ocidente, e mais particularmente, com os Estados Unidos. Isso se traduz por um aumento das tensões nas relações entre muçulmanos e cristãos. Nós dominicanos temos experienciado um número crescente de incidentes de perseguição religiosa. Por duas vezes, a estátua de Maria, mãe de Jesus, foi coberta com uma hijab e abajah, como um modo de insultar os cristãos. Depois de uma missa numa igreja dominicana, os fiéis foram atacados. Dezesseis homens, mulheres e crianças foram feridos. Em função de nosso hábito religioso, como sinal de nosso compromisso, as irmãs podem ser facilmente identificadas, e já foram vítimas de abusos verbais e até mesmo de ameaças, especialmente as irmãs mais jovens que frequentam a universidade.

O incidente mais sério envolveu uma irmã de setenta anos da Caldéia, brutalmente assassinada em seu convento, em Bagdá. Nada foi levado da casa, mas os objetos sagrados foram profanados. É importante observar que em cada um desses incidentes, o governo iraquiano defendeu devidamente a comunidade cristã ofendida.

A situação da educação

A educação tem sido uma das grandes vítimas, sob o regime de sanções. A desnutrição resultante das sanções tem um grande efeito sobre a habilidade mental. Além disso, muitas famílias não mandam mais suas crianças para a escola, porque não podem comprar os livros e o material didático. Em consequência, o nível de alfabetização caiu de 90% para 50%. As crianças não vão para a escola para poderem ir mendigar nas ruas, vender jornais ou trabalhar como engraxates para ajudar suas famílias. Ao mesmo tempo, está havendo uma fuga de cérebros. Muitos especialistas, peritos, médicos especializados e pessoas de excelente formação educacional da classe média estão fazendo parte do processo de migração em massa. Simplesmente devido ao índice de desemprego de 70% e aos salários extremamente baixos. Nosso povo não tem a esperança de um futuro melhor. As sanções têm sido aplicadas por um período de tempo excessivamente longo e há uma impressão geral de que seja o que for que o Iraque fizer, as sanções nunca serão suspensas ou abrandadas.

Nosso país era altamente estimado pelo seu sistema educacional avançado. Mas agora, nas nossas universidades, colégios e escolas faltam até mesmo os requisitos mais básicos, tais como equipamento de laboratório. Quando há algum disponível, as paradas no fornecimento de energia elétrica acabam de arruiná-los. A impressão de livros e revistas é quase impossível, seja devido à falta de papel que aos altos custos de impressão. É muito triste ver as salas de aula com as janelas quebradas, as rachaduras nos tetos, a falta de eletricidade, de assentos, de água e até mesmo a ausência de quadros-negros e giz. Muitos estudantes precisam de livros didáticos atualizados. A maioria das instituições foram vítimas de danos terríveis. Segundo a UNICEF, 540 escolas foram reparadas. Mas outras 5.000 precisam ser reparadas. Devido ao crescimento da população do Iraque, 40% da mesma tem menos de 15 anos, e o país precisa de 5.000 escolas adicionais.

Depois da guerra do Golfo, um grande número de alunos e estudantes universitários tiveram que abandonar seus estudos. Embora a educação seja gratuita, o custo de roupas, livros e material didático é proibitivo. E eles precisam ajudar suas famílias a ganhar algum dinheiro para sobreviver, além das altas despesas incorridas com o transporte. Ao mesmo tempo, a educação superior não se traduz num reconhecimento monetário. Pessoas com mestrado e doutorado preferem trabalhar como motoristas de táxi, ou em hotéis e restaurantes. Não podemos importar nada que tenha relação com o processo de aprendizagem.

A situação econômica

Em 1981, viajei por um mês pela Europa com 400 Dinars iraquianos, e ainda sobrou algum dinheiro para comprar lembranças. Agora, um quilo de farinha no mercado negro custa 400 DI, um quilo de açúcar 600 DI, e um quilo de arroz 500 DI. Um quilo de carne custa 4.000 DI. Além disso, não se deve esquecer que os salários mensais diminuíram dramaticamente. Segundo uma organização humanitária européia que atua no Iraque, em 1988, antes de Guerra do Golfo, o salário mensal médio era de US $1.200. Depois da guerra, abaixou para $450. Agora, o salário médio é de US $4 por mês.

Uma das consequências disso é que um grande número de menores sem-teto está trabalhando nas ruas. Antes da guerra do Golfo, a moeda iraquiana valia US$ 3. Hoje são necessários 2.500 D. iraquianos para se comprar US$ 1, e a moeda continua desvalorizando, com o perigo de uma guerra iminente.

Eu gostaria de levantar uma outra questão crítica: 70% das pessoas no Iraque não tem dinheiro para comprar comida ou outras necessidades básicas. Portanto, as famílias da classe média não somente começaram a vender, como já venderam seus pertences: móveis, como geladeiras, televisores, vídeos, roupas e até mesmo seus livros, para poder fornecer comida a seus filhos. No momento, essas famílias não têm mais nada para vender, e por isso, são vítimas da pobreza e da fome. Os pesadelos da pobreza e da fome abriram uma ferida profunda no coração de cada iraquiano e esta ferida se torna maior a cada dia. A pobreza e a fome levam a assaltos, assassinatos, exploração, imigração forçada e à destruição das famílias iraquianas.

Estamos sofrendo de fome e inanição, embora o Iraque seja um país de grandes riquezas e esteja flutuando num oceano de ouro negro. Nosso petróleo deveria ser uma bênção para o país e seu povo, mas tornou-se uma praga e uma fonte de sofrimento.

A situação política

A situação instável, os bombardeios e ameaças contínuos são o pesadelo que deixa o nosso povo preocupado e vivendo em pânico. Nossas crianças têm distúrbios durante o sono, e acordam chorando, repentinamente.

A migração de jovens homens tem causado muitos problemas sociais. Entre esses, o mais urgente é o aumento do número de mulheres com relação ao número de homens, e esta proporção é de 8 mulheres para 1 homem. Assim, muitas jovens mulheres não se casam, abandonam sua religião e fogem com muçulmanos. Os jovens homens também são atraídos para o Islã, devido a problemas financeiros.

Agricultura

Antes do embargo, o Iraque importava 70% de sementes, fertilizantes, equipamentos agrícolas e remédios veterinários. A agricultura está enfrentando muitos perigos nunca enfrentados pelo Iraque no passado. Centenas de milhares de ratos e camundongos invadiram seis governorados do Iraque e arruinaram a maioria das safras agrícolas que constituem a fonte principal de comida dos cidadãos iraquianos.

Além disso, os EUA usaram armas biológicas. Segundo um relatório da Carita International para 2000, eles introduziram a larva da mosca lesma - Snail Worm Fly - no Iraque, causando grandes danos aos seres humanos e ao gado. A mosca espalhou-se em seis governorados do Iraque. Igualmente, em 1997, aviões dos EUA jogaram larvas de insetos que infestaram as palmeiras, matando muitas delas. Isso provocou um aumento no preço do quilo das tâmaras, de 50 DI a 1200 DI. Outro governorado no sul foi atacado por lagartas e aranhas estranhas que causaram grandes danos.

• Será que as sanções são impostas por motivos válidos?

• Será que as sanções atingem as pessoas certas?

• Será que as sanções alcançaram suas metas e objetivos?

• Será que o limite de duração das sanções é razoável?

As sanções são genocídio. Elas destróem o povo do Iraque (especialmente as mulheres e crianças), assim como a cultura e a terra iraquianas. As consequências das sanções são piores que as consequências de todos os bombardeios que ocorreram durante a guerra. O embargo e as sanções econômicas nos privaram de nossos direitos de aprender e nos desenvolvermos. Elas não podem ser justificadas. Os inocentes, fracos e sem voz não deveriam ter que pagar pelos erros de que não são responsáveis. As sanções deveriam ser suspensas de modo que o país possa recuperar sua dignidade, verificar um desenvolvimento normal e estar na posição de restabelecer relações boas e frutíferas com os demais povos.

Eu lanço um apelo a cada um dos presentes, aqui, para que pressionem os líderes mundiais, particularmente o Presidente Bush para suspenderem essas sanções destruidoras e impostas injustamente, e prevenir que o pesadelo de uma nova guerra continue assombrando as crianças, e mulheres iraquianas, assim como todos os inocentes e as pessoas vulneráveis do Iraque, para que elas possam recuperar sua dignidade.

Nossas atividades

Sob essas circunstâncias tão difíceis, será que a presença de 200 irmãs, irmãos e padres dominicanos e de 1.000 leigos quer dizer alguma coisa? Na qualidade de uma ordem baseada no Evangelho, pregamos a verdade, o amor, a esperança e a compaixão. Somos compelidos a compartilhar o sofrimento do nosso povo. Humildemente, confesso que fazemos isso apesar das duras circunstâncias que estamos atravessando. Nosso Carisma Dominicano nos permite ler os sinais de nossos tempos de uma maneira profética e ouvir os prantos de nosso povo com compaixão. Fazemos o possível para sermos o sinal de esperança para o povo, identificando suas necessidades mais urgentes e respondendo a elas repartindo o amor e a compaixão de Deus.

Durante esses difíceis momentos nos esforçamos para estar com os pobres e para os pobres. Nossa congregação abriu dez centros de costura para oferecer cursos gratuitos de corte e costura e tricô, para as donas de casa e as jovens mulheres que não têm trabalho. Procuramos achar trabalho para os jovens homens para que reencontrem sua auto-estima.

Devido à falta de esperança e às dificuldades que enfrentam os jovens, há um aumento evidente no número de jovens homens e mulheres que estão com depressão, temos que acompanhá-los e tentar aliviar seu desespero. Nossa congregação converteu dois de seus conventos em orfanatos, para cuidar dos órfãos e das jovens meninas vítimas de uma situação social muito dura. Também, convertemos outro convento em uma maternidade, oferecendo cuidados e um serviço distinto aos recém-nascidos e às jovens mães. Ensinar a religião a crianças de todas as idades. Algumas das irmãs ensinam cursos de teologia em Bagdá e em Mosul, ajudando na formação de outros educadores religiosos. Abrimos nossos centros educacionais para servir estudantes e outras pessoas que, de outro modo, não teriam acesso aos livros para leitura pessoal, pesquisa e material para escrever.

A Família Dominicana

Nós, irmãos e irmãs dominicanos do Iraque, expressamos nosso sincero agradecimento e gratidão a todos os irmãos e irmãs dominicanos, por todos os esforços e as ações que fizeram em nosso nome e em nome de nosso povo. Apreciamos profundamente suas calorosas preces e jejuns, isso certamente expulsará os demônios. Somos encorajados em nossos esforços pelos dominicanos em todo o mundo que nos apoiam com suas orações, jejum e solidariedade. Nossa esperança é de que nossos irmãos e irmãs dominicanos dobrarão seus esforços para dirigir o poder de nosso Carisma para o desespero e o isolamento do povo iraquiano.

Eles precisam levar o pranto das crianças iraquianas a cada púlpito, paróquia, sala de aula e em qualquer lugar onde a Palavra de Deus despertar compaixão. Como dominicanos, a a Ordem dos Pregadores, profundamente arraigada no Evangelho e na pregação dos Direitos Humanos, somos compelidos a demandar o fim das sanções e do embargo contra o povo iraquiano, de modo a pôr um fim à angústia e à morte das crianças. Naquele momento, o mundo não ouvirá mais: "Estamos sofrendo".

Será que isso é legal? É justo? É aceitável?

 

 

 

World Social Forum
Porto Alegre, RS, Brazil

January 27, 2003

Impunity

 

What have we done to deserve all this?

Sister Sherine, Irak

 

In order to set the scene for you I’d d like to briefly explain what were the

conditions in Iraq before the sanctions and the Gulf War. As you may know

from your history, Iraq is an ancient civilization. It is the traditional

birthplace of Abraham, who is the common ancestor of Judaism, Christianity,

and Islam.

Before the current aggression began, Iraq was a developed and prosperous

nation. It offered and stills offers universal free education through the

university level. It once had the highest women’s literacy rate in the

Middle East.

Universal free healthcare and qualified medical professionals made it a the

premier medical center in the region.

It was an ethnically and culturally diverse nation, relatively open and

tolerant society, generally respectful of religious and cultural diversity.

It had a quite adequate infrastructure including sophisticated water

treatment and sanitation facilities and decent electrical and communication

grids.

The influence of the Economic Sanctions

In light of all this, the sanctions are a tragedy which has never been

equaled in the human history. You can hear this question from all Iraqis

(children, women, the youth and elderly).

What have we done to deserve all this?

Iraq was such a prosperous country, but now its people are suffering from

hunger and starvation! Is this fair and acceptable?

Wherever you go, you will hear the Iraqis say, " The UN Sanctions

are killing us!"

a. Our Iraqi people are going through severe hardships since the Gulf War

and currently from the devastating effects of the 12 - year crippling

economic sanctions imposed on Iraq by the United Nations Security Council.

The sanctions have resulted in great physical, intellectual, moral and

cultural suffering for millions of people. The country which was a

prosperous nation- home to the world’s second largest oil reserves- is

systematically de-developed, de-skilled and reduced to nothing. The

restrictions on trade and import are a heavy blow on Iraqis particularly the

children, the elderly and the invalid. They have crippled Iraq’s ability to

provide the basic necessities of life for its people. If you visit Iraq, you

will immediately witness the destruction of the people, their culture, their

land and the deteriorating living conditions. The sanctions have killed more

than 1.5 million Iraqis, most of them women and children, because of the

severe shortage in medicines and food, the contaminated drinking water,

polluted environment, inflation, low salaries, the crippled electric power

supply, and the nutritionally deficient food ration in its quality and

quantity that influences the very survival of the people. This has resulted

in underweight babies, severely anemic mothers, inadequate medical supply

and the isolation of the country and its people from the rest of the world.

b. Our children are held as hostages to illnesses easily cured by

inaccessible antibiotics and healthy nutritional diet. In addition to this

the natural growth of 23% of the total children of Iraq had stopped and this

is equal to twice of the percentage before the Gulf war. The number of

children under five who die every month is about 6500. The average of the

death of children between 5-12 has increased from 18.000 to 80.000. The

level of children’s deaths has increased to (6 ) times since 1990. As a

result the infants mortality rates in Iraq are among the highest in the

world. This will lead to the destruction of the whole generation completely.

More than 6 million Iraqis ( that is to say about one third of the

population) are suffering from starvation.

The old people suffer from chronic diseases such as high blood pressure,

diabetes, and heart problems. They have no access to medicines to relieve

these diseases.

c. The illegally imposed no-fly zones in the north and south create challenges

for travel in the country. While there are a limited number of commercial

flights between major cities, most people must travel across desert sands

and the formidable barriers of sanctions in order to travel.

d. What hurts much is that sanctions’ impact is not confined to

material shortages, but their impact is even greater on values and mores and

the psyche of an entire society. Crimes like murders, stealing, kidnapping

and prostitution are rising.

Health

The once exemplary Iraqi health sector is close to collapse after 12 years

of crippling sanctions. While there has been some improvement in the

availability of critical medicines and medical equipment, U.S. and British

governments frequently employ their right to stop requests for goods while

they determine their validity. As a result these goods while technically

allowed, are often not available when they are needed. The enormous

destruction of the Iraqi infrastructure of Iraqi economy has clear

influence on the performance of the hospitals and health sectors. The

hospitals lack basic needs such as anesthetics, sterilization, required

maintenance, lighting, and fresh drinking water. How will hospitals function

without clear water, blood banks, well-equipped labs, ex-rays, medical

instruments and operation rooms in bad conditions? How can blood banks,

laboratories, x- rays, medical equipment work without electric generators

and spare parts? As a result the capacity of the Iraqi hospitals has

dropped to 30%.? The staff in the hospitals confronts great insufficiency of

Oxygen. This forces the doctors to put more than one infant in the same

incubator and more than one patient share the same oxygen cylinder. In

addition to this the hospitals are unable to provide food for the large

number of patients; so their families are obliged to supply them with food.

Many pregnant women come to maternity hospital for a delivery with

completely worn out rugs to cover the baby, therefore the hospital staff is

forced to tear the bed sheets in order to cover the newly born baby. The

surgeons are forced to use the sterilized gloves for several times, because

they are not available.

Just a few days before I left for Jordan, I paid a visit to a friend of mine

who is also my former pupil. She is in charge of the Leukemia Unit. She says

she feels heart broken at the sight of mothers weeping at the bedsides of

their dying children. She emphasized that most of the patients die because

of the deficient medicines. The patient may be given half of the required

chemical dose. Sometimes the patient might be given a sort of medicine that

has nothing to do with her or his disease as an attempt to relieve her or

his severe pain and stop her or his painful cries. You can listen to the

broken hearted medical staff who is unable to secure antibiotics critical to

combating the water borne contagious diseases striking the Iraqi people,

especially children and the pregnant women such as: anemia, typhoid,

diarrhea, polio, and measles. Most Iraqis are suffering from diseases they

could easily be treated before the Gulf war and the embargo.

The pumping of water has decreased to the minimum even in Baghdad, the

capital of Iraq because of the reduction of the pumping power. Before the

Gulf War 95% of the Iraqi population could easily get clean drinking water.

There has been a slight improvement in the availability of water now, but

no where near pre-Gulf War levels.

The embargo led to intellectual isolation of the Iraqi scientific and

medical community. Our medical staff feels isolated because the scholarships

to study abroad are refused, scientific and medical periodicals are not

available and our doctors cannot attend the international scientific or

medical conferences.

Closely linked to the health situation is the question of inadequate sewage

facilities which were heavily damaged in the Gulf war, and they are still

largely in the state of disrepair because of the lack of spare parts and

maintenance. When the pipes are cracked sewage seeps from the ground because the sewage treatment plants are not functioning.

One of the hidden disasters of the gulf War was the use of depleted uranium

weapons. U.S. and Britain developed these weapons because the spent uranium

is dense metal that can pierce armored tanks. On impact the uranium

vaporizes and remains in the soil and atmosphere. 320 tons of depleted

uranium were used in Iraq. The result is that people in certain regions of

the country have been living a radioactive bath for 12 years.

There is an alarming increase in leukemia, kidney tumor, lung cancer and

breast cancer. According to na Iraqi cancer specialist a University of

Baghdad study estimates that 40% of the people in Basrah province will die

of cancer. That is 750,000 people. As far as Chemotherapy is concerned there

are insufficient drugs available even for the rich people who can afford

them. The radiation therapy equipment is very poor. Though some of the

machines are very old, they are still working. Because of the embargo, the

government is not allowed to import update machines or spare parts to repair

the old ones. Patients have to wait for two months in order to get radiation

therapy.

Bombing

The aircrafts and missiles destroyed life and life support system. You notice

the children’s faces frozen in fear as the siren signals another bombing.

The devastation of bombing is apparent from the 80 % of children in Baghdad

who have lost their parents and relatives during the Gulf War. Those who

have survived the bombing are in great need for special attention, intensive

psychological care and rehabilitation, guidance and instructing to enable

them to return to their normal and natural life.

Before the Gulf war and the US bombing, Christians and Muslims were living

peacefully and friendly together. I was teaching at a private school. Its

pupils were Christians and Muslims studying, playing together and the

sisters were the centre of respect and confidence of the pupils and their

parents.

Religious tensions that are now felt in Iraq are hightened by the

instability caused by sanctions and by the growing anti-western sentiment in

the region. Christianity is associated with the West, and particularly with

the United States. This translates into increased tensions in

Muslim-Christian relations. We Dominicans have experienced increasing

incidents of religious persecution. Twice the statue of Mary, the mother of

Jesus was covered with a hijab and abajah as a means of insulting

Christians.

After a celebration at a Dominican church people leaving the church were

attacked. Sixteen men, women and children were injured.

By our religious habit, a sign of our commitment, sisters can easily be

recognized and receive verbal abuse and even threats, especially the young

sisters when they go to the university.

The most serious incident involved a 70-year-old Chaldean sister, brutally

murdered in her Baghdad convent. Nothing was taken from the house but

objects sacred to the faith were desecrated. It is important to note that in

each of these instances the Iraqi government came to the defense of the

Christian community.

Educational Situation

Education has greatly suffered under the sanction regime. The malnutrition

resulted from the sanctions has great effect on mental ability. In addition

to this Many families no longer send their children to school because they

cannot afford to buy books and stationary. As a result literacy has fallen

from 90% to 50%. Children do not go to school in order to go on streets

begging, selling newspapers or work as shoe-shiners so as to help their

families. At the same time there is a brain drain. Many experts,

specialists, specialized doctors and highly educated middle class are

involved in the reluctant mass migration. Simply because of 70% unemployment

or the extremely low wages. Our people do not have hope in a better future.

Sanctions have been applied for a very long time and there is a general

impression that whatsoever Iraq does, the sanctions will not be lifted or

eased.

Our country was highly esteemed for its advanced educational system. But now

our universities, colleges and schools lack even the simplest requirements

such as laboratory equipment. If there is any available, the frequent

cessation of electric power supply has ruined them. The publication of

books and magazines is almost impossible either because of the shortage of

paper or the heavy publication cost. You will feel heart broken to see

classrooms with smashed windows, cracked ceilings, no electricity, no seats,

no water supply and even no blackboard and chalk. Many students need update

textbooks. Most of the institutions have been subject to dramatic damage.

According to UNICEF they have been able to repair 450 schools. 5,000 more

are in need of repair. Because of the growth of the Iraqi population, 40%

of Iraqis are under the age of 15 ; the county needs an estimated 5,000

additional schools.

A large number of pupils and university students have dropped their higher

education after the Gulf War. Even though education is free, the cost of

clothes, books and supplies is prohibitive. They need to work to help their

parents earning some money to support the family, in addition to the heavy

expenses incurred on obtaining higher education and the transportation fare

is incredibly high. At the same time high degrees are not given their real

value. People with master’s and doctorate degrees prefer to work as taxi

drivers, or in hotels or restaurants. We are incapable of importing anything

that has any relation with teaching- learning process.

Economical Situation’

In 1981 I traveled for a month in Europe on 400 Iraqi Dinar and

had money left over to buy gifts. Now a kilo of flour on the black mark is

400 ID, a kilo of sugar is 600 ID, and a kilo of rice is 500 ID. A kilo of

meat is 4,000 ID. All of this, even as the average monthly salary

decreased dramatically. According to a European aid agency in Iraq, in 1988,

before the Gulf War, the average monthly salary was $1200 U.S. After the war

it was $450. Now the average salary is $4 U.S. a month.

One of the results of this is that now a large number of homeless children

in the street are working in the street.

Before the Gulf war the Iraqi dinar was worth 3US $. Now it is 2500 Iraqi

dinar to 1 US $ and dropping rapidly as war looms.

I would like to raise a critical matter that is 70 % of the people in Iraq

have got no money to buy food and other life necessities. As a result the

middle class families not only have started, but finished selling their

furniture such as: fridge, TV. Sets, videos, clothes and even their books in

order to provide food for their children. At the moment these families have

nothing left to sell, therefore they are the victims of malnutrition and

starvation. The nightmares of poverty and starvation have opened a wound in

the heart of every Iraqi individual and this wound is growing deeper day

after day. This poverty and starvation lead to robberies, murders,

exploitation, killing, forced migration and subsequent unraveling of the

Iraqi family.

We are suffering from hunger and starvation despite the fact that Iraq is a

country of great riches and is floating on an ocean of black gold. Our oil

is supposed to be a blessing for the country and its people, but it has

become a curse and a source of suffering.

The political situation

The unstable situation, the continued bombing and threats are the

nightmare that makes our people worried and live in panic. Our children have

a disturbed sleep; so they cry in the midst of their sleep.

The migration of young men has caused many social problems. The most urgent one is the increase in the number of females to males, which is 8 females to 1 male. Therefore many young women remain unmarried; so they give up their religion and run away with Moslems. Also the young men are drawn to Islam due to financial problems.

Agriculture

Before the embargo, Iraq used to import 70% of seeds, fertilizers,

agricultural equipment and veterinary drugs. Agriculture is facing great

dangers that Iraq has never been familiarized with before. Hundreds

thousands of rats and mice invaded six Iraqi governorates and ruined most of

the agricultural crops that form a main source of food of Iraqi citizens.

Also the U.S. used biological weapons. According to the Carita International

report for 2000, they introduced the Snail Worm Fly into Iraq. It caused

great damage in human beings and cattle. The fly spread to six governorates.

Also, in 1997 U.S. planes dropped insect larvae which infested the palm

trees and killed many of them. This resulted in increase in the price of a

kilo of dates from 50 ID to 1200 ID. Another Governorate in the south was

attacked by worms and strange spiders which caused huge damage.

• Are the sanctions imposed for valid reasons?

• Do the sanctions target the right people?

• Have sanctions reached their goals or objectives?

• Are the sanctions reasonably time -limited ?

The sanctions are genocide. They destroy the people in Iraq (especially

women and children), and Iraqi culture and their land. The sanctions

consequences are worse than the consequences of all the bombing that took

place during the war. The embargo and the economic sanctions have deprived

us of our rights to learn and develop. They cannot be justified. The

innocent, weak and voiceless people should not pay for mistakes for which they

are not responsible. The sanctions should be lifted so that our country can

regain its dignity, experience normal development and be in a position to

re-establish fruitful and good relations with other peoples.

I plead to each one present here who is capable of putting pressure on the

world leaders, particularly President Bush to advocate the lifting of the

unjustly imposed crippling sanctions and preventing the nightmare of new

war from haunting the Iraqi children, women and all the innocent and

vulnerable people of Iraq so that they can restore their dignity.

Our activities

Under these difficult circumstances does the presence of 200

Dominican sisters, brothers and priests and 1,000 Dominican laity in Iraq

mean anything? As an order rooted in the Gospel, we are called to preach

truth, love, hope and compassion. We are compelled to share in the suffering

of our people. I humbly admit that we do so despite the hard circumstances

that we are going through. Our Dominican Charism enables us to read the

sings of our times in a prophetic way and listen compassionately to the

cries of our people. We try our best to be the sign of hope for them,

identify their urgent needs and respond to these needs by sharing God’s

love and compassion with them.’

During these hard moments we do our best to be with the poor and for

the poor. Our congregation has started ten sewing centers to offer free

courses in sewing and knitting for the housewives and young women who have

no work. We try to find jobs for young men in order help them understand

their self-worth. Due to the lack of hope and the difficulties that our

young people face, there is an obvious increase in the number of young men

and women under depression, we have to accompany these and try to lighten

their grief. Our congregation has converted two of its convents into

orphanages to look after the orphans and young girls suffering from hard

social situations. Also we have converted another convent into a maternity

hospital to offer good care and distinct service for the infants and their

mothers, teach religion for children of all ages. Some of the sisters teach

theological courses in Baghdad and Mosul, help in the formation of other

religious educators. We have opened our educational centers to serve

students and others who would not otherwise have access to books for

personal reading, research and writing.

The Dominican Family

We, the Dominican brother and sisters in Iraq like to express our

warm thanks and extended gratitude to the entire Dominican sisters and

brothers for all the efforts and actions they have taken on our behalf and

behalf of our people. We deeply appreciate their wholehearted prayers and

fasting, this will surely cast the Demons out. We are encouraged in our

efforts by Dominicans around the world who support us with their prayer,

fasting and solidarity. Our hope is that our Dominican brothers and sisters

will double their efforts to direct the power of our Charism on the

desperation and isolation of the Iraqi people. They have to bring the cry of

the Iraqi children into every pulpit, parish, classroom and any place where

the Word of God will awaken a compassionate response.

As Dominicans, the Order of Preachers which is deeply rooted in the Gospel

and the preaching of the Human Rights, we are compelled to call for an end

of the sanctions and the embargo against Iraq so as to end the children’s

anguish and death. Then the world will no longer hear: We are suffering.

Is it legal? Is it fair and acceptable?

 

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