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CONTRA AS ONGs

Por Diego Fusaro

Tradução: Mario S. Mieli

Fonte: http://www.interessenazionale.net/blog/contro-le-ong#.WYRvzJ9HK2Q.twitter

O problema, basicamente, é sempre o mesmo: nos orientamos com mapas falsamente neutros que nos são fornecidos pelos dominantes. E que são projetados especificamente para garantir que nós aceitemos nossas cadeias.

O primeiro gesto da crítica consiste em rejeitar os mapas dos dominantes e em re-cartografar a realidade de uma outra maneira: pensando e sentindo de outra forma.

Vamos dizer isso abertamente, então: é preciso ser contra as chamadas “organizações não governamentais” (ONGs). Sem qualquer se nem qualquer porém. Por trás da filantropia pela qual eles pretendem agir (direitos humanos, democracia, salvação de vidas, etc.) oculta-se o auto-interesse privado nu e cru do capital transnacional.

As ONGs, na verdade, exigem da base e da “sociedade civil”, as “conquistas da civilização”, os “direitos” e os “valores” que os senhores da globalização estabelecem do alto. Essas conquistas, direitos e valores são, portanto, sempre e apenas aqueles da classe global competitiva, ideologicamente contrabandeados como universais: supressão das fronteiras, derrubamento dos Estados párias (ou seja, todos os governos não alinhados com a nova ordem mundial unipolar e americano-cêntrica), “dessoberanização”, desconstrução dos pilares da ética burguesa e proletária (família, sindicatos, proteções trabalhistas, etc.).

Se não as analisarmos segundo o esquema que a hegemonia da aristocracia financeira impõe, as ONGs se revelam como um poderoso meio para contornar e substituir a soberania dos Estados e implementar passo a passo a concepção globalizante da classe dominante em busca da definitiva desvinculação da regulamentação política dos estados nacionais soberanos como últimas fortalezas de democracias.

As ONGs estão apenas de forma abstrata do lado da humanidade: na prática, estão do lado do capital e dos seus agentes, cujos interesses protegem. Dizem querer salvar os migrantes, mas na realidade os deportam como novos escravos para o Ocidente, com uma economia desregulamentada, permitindo assim reduzir os custos da mão-de-obra local. Não sejamos mais vítimas dessa trapaça: não existem hoje, realidades neutras e universalmente boas. Estamos bem no meio de uma luta de classes, gerida pelos senhores da globalização contra as classes médias e as classes trabalhadoras.

A escravidão de que somos vítimas é principalmente ideológica: continuamos a aceitar as categorias, o léxico, o ponto de vista de quem nos domina.

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