>> Amores Insólitos 19 – amando cada ramo e cada pedra da Terra -Kostas Hatzìs e sua “A Terra ainda vive”


Amores Insólitos 19 – amando cada ramo e cada pedra da Terra – Kostas Hatzìs e sua “A Terra ainda vive”

A Terra ainda vive – Kostas Hatzìs


Belíssima canção de Kostas Hatzìs, cantor e compositor grego, sobre o nosso planeta. O trecho foi extraído de um documentário sobre Mikis Theodorakis, que se vê entre os presentes enquanto Kostas canta.
Canção em grego, tradução da legenda para o português: Mario S. Mieli


“A Terra ainda vive”

Há anos, numa viagem que fiz bem longe,
estava em algum lugar da África,
encontrei um viajante proveniente de outro planeta,
que no meio do universo tinha se perdido.
Perguntou-me como se chamava este planeta
onde se encontrava, por engano.

Disse-lhe que era o terceiro planeta do sistema solar
e que nós o chamamos “Terra”.
Ele me olhou meio incrédulo.
“Pensava”, disse ele, “que este planeta tinha desaparecido”,
porque os observatórios astronômicos deles
tinham registrado certa vez uma grande catástrofe.
Então lhe falei de Hiroshima e de Nagasaki
mas, apanhado de comoção, chorei como uma criança…

Disse-lhe: “são 6.000 anos que os homens estão em guerra, senhor…
homem contra homem, povo contra povo”.
Disse-lhe: “são 6000 anos que os homens estão em guerra, senhor…
Mas a Terra ainda vive,
ainda vive, ainda vive…”

Ele me falou de seu planeta longínquo
e me disse que era governado por 12 sábios.
E me perguntou, então, de nossos governos
e de quantos sábios governavam a Terra.
“Aqui as coisas são diferentes, senhor…
não são sempre os sábios que governam.
Muitas vezes, governam os criminosos
e outras vezes, até os loucos.”

Daí lhe falei de Nero e de Hitler,
dos campos de concentração e dos nazis…
Contei-lhe como os SS matavam as pessoas
“mil por vez, como as ovelhas, senhor…
Mas a Terra ainda vive,
ainda vive, ainda vive…”

Ele olhou ao seu redor, o mar. Os belíssimos bosques…
Disse-me que era o planeta mais bonito que tivesse jamais visto.
Pediu-me se podia pegar um ramo de uma árvore
e uma pedra, para levá-los consigo
como lembrança da Terra.
Eu lhe tomei a pedra das mãos
e a beijei com amor.
Surpreso, ele perguntou “por quê?”

Disse-lhe: “não existe uma só pedra neste planeta, senhor…
que de sangue humano não esteja encharcada…
Muito sangue foi derramado aqui encima, senhor…
Mas a Terra ainda vive,
ainda vive, ainda vive…”

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